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Audemars Piguet Retangular Nº 27819 (1924) - A Gênese Art Déco e o Primeiro Relógio de Pulso com Calendário da Maison


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A Audemars Piguet lançou o seu primeiro relógio de pulso com calendário, a referência retangular No. 27819, marcando a introdução de uma complicação prática em um formato de pulso.

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RESUMO

O Audemars Piguet No. 27819 não é apenas um instrumento de cronometragem; é um artefato fundamental na história da Alta Relojoaria, representando o momento exato em que a manufatura de Le Brassus transpôs com sucesso a complexidade dos calendários de bolso para o formato de pulso. Lançado em 1924, este relógio simboliza a audácia técnica da Audemars Piguet durante os 'Anos Loucos', uma era definida pela estética Art Déco e pela transição social definitiva do relógio de bolso para o de pulso. Destinado a uma clientela de elite—aristocratas, industriais e pioneiros que valorizavam tanto a funcionalidade mecânica quanto a elegância geométrica—o modelo No. 27819 estabeleceu a filosofia da marca de nunca comprometer a complexidade pela miniaturização. Ele ocupa uma posição sagrada no panteão horológico, servindo como o patriarca de todas as futuras inovações de calendário da marca, incluindo os lendários calendários perpétuos que viriam décadas depois. Sua importância reside na demonstração precoce de que complicações úteis poderiam ser elegantes, legíveis e usáveis, definindo o padrão para o relógio social complicado do século XX.

HISTÓRIA

A história do Audemars Piguet No. 27819 é indissociável da revolução cultural e técnica dos anos 1920. Em 1924, o mundo ainda se recuperava da Grande Guerra e a relojoaria passava por sua maior cisão: a migração do bolso para o pulso. Enquanto a maioria das manufaturas lutava apenas para tornar os movimentos de pulso precisos, a Audemars Piguet, fiel à sua reputação no Vale de Joux, buscava miniaturizar as grandes complicações. O No. 27819 surgiu neste contexto como o primeiro relógio de pulso com calendário documentado da marca, uma façanha de engenharia que exigiu a reconfiguração completa dos módulos de calendário dos calibres de 18 ou 19 linhas (bolso) para um calibre compacto de 10 linhas. Historicamente, este modelo não possui 'gerações' no sentido moderno, pois a produção da AP na época era extremamente limitada, operando sob uma lógica de ateliê onde cada peça era praticamente única. O design reflete puramente o zeitgeist do Art Déco: linhas retas, geometria rigorosa e o uso de metais mistos (neste caso, ouro amarelo e platina), que era o auge da sofisticação. A caixa retangular não era apenas uma escolha estética, mas prática, permitindo um melhor arranjo linear das rodas do calendário em um movimento que não fosse redondo. O impacto deste modelo foi sísmico, embora silencioso na época. Ele provou que a 'utilidade' (saber a data e o dia) poderia ser luxuosa. O No. 27819 pavimentou o caminho técnico para os futuros Calendários Perpétuos da AP, como o seminal Ref. 5516 de 1955 (o primeiro relógio de pulso com calendário perpétuo e indicação de ano bissexto). Sem o sucesso e a estabilidade mecânica alcançada no 27819 em 1924, a linhagem de calendários que hoje sustenta grande parte do prestígio da marca (incluindo nos modernos Royal Oak) talvez tivesse tomado um rumo diferente. Para o colecionador erudito, o 27819 é o 'Gênesis', a prova física de que a Audemars Piguet dominava o calendário de pulso antes mesmo de muitos concorrentes sequer tentarem.

CURIOSIDADES

Peça de Museu: O exemplar exato No. 27819 reside permanentemente na coleção do Musée Atelier Audemars Piguet em Le Brassus, sendo considerado patrimônio inalienável da marca. Venda Original: Os registros de arquivo indicam que esta peça foi vendida originalmente para a renomada joalheria Gübelin, em Lucerna, demonstrando a longa relação entre a AP e varejistas de elite. Metal Bicolor Raro: A combinação de Platina e Ouro Amarelo 18k na caixa era extremamente difícil de manufaturar e soldar na década de 1920, tornando-o um símbolo de status supremo. Não é Perpétuo: Embora seja uma obra-prima, é um 'Calendário Simples' ou 'Triplo', exigindo ajuste manual nos meses com menos de 31 dias, diferentemente dos Quantième Perpétuel posteriores. Produção Unitária: Estima-se que menos de três exemplares com esta exata configuração e referência tenham sido produzidos em 1924, tornando-o virtualmente inestimável. Legado Visual: A tipografia dos dias e meses deste relógio serviu de inspiração direta para as reedições da coleção [Re]master01 e peças históricas 'Heritage' lançadas no século XXI.

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