Logo Time66
Foto do Perfil

Confira as vantagens do Assinante!

Ver Assinatura

Audemars Piguet Royal Oak Grande Complication Ref. 25865ST - A monumental obra-prima de 1997 que uniu a caixa de aço desportiva ao auge da Alta Relojoaria


Compartilhar postagem:

Em 1997, a Audemars Piguet apresentou o seu primeiro Grande Complicação na linha Royal Oak, a Ref. 25865ST. Este relógio combinou o design icónico do Royal Oak com as complexidades de um repetidor de minutos, calendário perpétuo e cronógrafo 'split-seconds', marcando um avanço significativo para a coleção.

Avaliar
Últimos comentários


RESUMO

A introdução da Ref. 25865ST em 1997 não foi apenas o lançamento de um novo modelo, mas sim uma declaração de soberania técnica por parte da Audemars Piguet, coincidindo com o 25.º aniversário da lendária coleção Royal Oak. Este relógio representa uma das contradições mais fascinantes e luxuosas da horologia moderna: a fusão de uma caixa desportiva em aço inoxidável, desenhada originalmente para robustez industrial, com o Calibre 2885, um movimento de delicadeza e complexidade inigualáveis. Posicionado no topo absoluto da pirâmide de colecionadores, este modelo destina-se a um conhecedor ultra-exclusivo que compreende que o verdadeiro luxo reside na invisibilidade mecânica e no acabamento manual obsessivo. Ao alojar um Repetidor de Minutos, um Calendário Perpétuo e um Cronógrafo Rattrapante (Split-Seconds) numa arquitetura de aço, a Audemars Piguet desafiou as convenções que ditavam que tais 'Grandes Complications' deveriam residir apenas em caixas de metais preciosos de relógios de vestuário. É uma peça que transcende a utilidade, servindo como um monumento cinético à engenharia suíça e marcando o momento em que a linha Royal Oak deixou de ser apenas um relógio de desporto de luxo para se tornar um veículo de alta complicação.

HISTÓRIA

A história da Ref. 25865ST é indissociável da audácia que a Audemars Piguet demonstrou no final dos anos 90, um período de renascimento exuberante para a relojoaria mecânica após a crise do quartzo. Em 1997, para celebrar um quarto de século do design iconoclasta de Gérald Genta, a manufatura de Le Brassus decidiu realizar o impensável: equipar a armadura industrial do Royal Oak com o coração mais complexo disponível no seu arsenal, o Calibre 2885. Até àquele momento, as 'Grandes Complications' eram território exclusivo da linha clássica Jules Audemars, geralmente envoltas em ouro ou platina para preservar a tradição. A Ref. 25865ST rompeu este paradigma ao ser apresentada em aço inoxidável, um material notoriamente difícil de trabalhar para a acústica de um repetidor de minutos, exigindo uma afinação magistral dos gongos para garantir a ressonância correta através de uma caixa mais densa e desportiva. O desenvolvimento deste modelo exigiu uma adaptação das dimensões da caixa Royal Oak, expandindo-a para 44mm para acomodar as 648 peças do movimento sem comprometer a integridade estrutural. Esta referência serviu como precursora da tendência 'oversized' que dominaria a década seguinte, mas fê-lo por necessidade técnica e não por moda. Cada exemplar da 25865ST era montado por um único mestre relojoeiro do início ao fim, um processo que podia levar até seis meses. A inclusão do cronógrafo 'rattrapante' juntamente com o calendário perpétuo e a repetição de minutos num relógio automático demonstrou a mestria da AP em miniaturização e gestão de energia. O impacto da 25865ST foi sísmico. Validou o conceito de 'Sport Haute Horlogerie', provando que a complexidade extrema não precisava de ser frágil ou antiquada. Ao longo dos anos, este modelo evoluiu esteticamente, mas a referência original de 1997 permanece o 'Santo Graal' para puristas, pois simboliza o momento exato em que a Audemars Piguet declarou que o Royal Oak não era apenas um design bonito, mas sim um contentor digno da mais alta arte relojoeira do mundo.

CURIOSIDADES

O Calibre 2885 tem tantos componentes (648) que a sua montagem requer um único relojoeiro dedicado, que ajusta manualmente cada peça para garantir a harmonia perfeita entre as três grandes complicações. A versão em aço (ST) é paradoxalmente mais rara e cobiçada por certos colecionadores do que as versões em ouro, devido à dificuldade acústica de fazer o repetidor de minutos soar perfeitamente numa liga de aço industrial. Devido à complexidade do mecanismo de calendário perpétuo, o relógio está programado mecanicamente para não necessitar de correção manual da data até ao ano 2100. O termo 'Rattrapante' refere-se à capacidade do cronógrafo de 'apanhar' (rattraper em francês) o tempo, permitindo a medição de intervalos intermédios sem parar a contagem principal, uma das funções mais difíceis de calibrar. Este modelo é frequentemente referido nos círculos de leilões simplesmente como 'The Beast' da era pré-Offshore, devido ao seu peso substancial e presença no pulso, embora mantenha a elegância clássica do Royal Oak. A massa oscilante (rotor) é personalizada e esqueletizada à mão, sendo muitas vezes gravada com motivos específicos a pedido do cliente original, tornando cada movimento visualmente único. Em 1997, o preço de retalho deste relógio em aço rivalizava com o de propriedades imobiliárias de luxo, cimentando o estatuto da AP como uma marca de ultra-prestígio.

Você pode gostar

Ver Mais

Marcas