Logo Time66
Foto do Perfil

Confira as vantagens do Assinante!

Ver Assinatura

Audemars Piguet Jumping Hour 1921 - A Vanguarda do Art Deco e o Primeiro Relógio de Pulso com Horas Saltantes da História


Compartilhar postagem:

A Audemars Piguet introduziu o primeiro relógio de pulso com complicação de horas saltantes, refletindo o estilo Art Deco da época. Este mecanismo exibe a hora em uma abertura, mudando instantaneamente a cada nova hora.

Avaliar
Últimos comentários


RESUMO

Em 1921, num mundo que despertava para a modernidade acelerada dos 'Roaring Twenties', a Audemars Piguet consolidou sua reputação de inovadora técnica e estética ao lançar o relógio de pulso Jumping Hour (Heure Sautante). Esta peça não é apenas um instrumento de cronometragem; é um manifesto do design Art Deco, rompendo violentamente com o conservadorismo dos relógios de bolso do século XIX. Posicionado no ápice da alta relojoaria, este modelo foi destinado a uma elite sofisticada — os 'dandies' e industriais da época — que valorizavam tanto a precisão mecânica quanto a discrição visual. Ao eliminar o ponteiro das horas e substituí-lo por uma exibição digital numérica em uma abertura, a Audemars Piguet criou uma estética limpa e geométrica que definia a elegância da época. Sua importância na horologia é monumental: ele representa a transição bem-sucedida de complicações complexas, anteriormente exclusivas de relógios de bolso, para a arquitetura miniaturizada do pulso, estabelecendo o padrão para displays de tempo não convencionais que inspirariam gerações futuras de relojoeiros independentes e grandes maisons.

HISTÓRIA

A história do Audemars Piguet Jumping Hour de 1921 é intrinsecamente ligada à libertação estética do pós-Primeira Guerra Mundial. Até aquele momento, a leitura do tempo era universalmente analógica, dominada pelos ponteiros coaxiais de horas e minutos. Embora a complicação de horas saltantes já existisse em relógios de bolso desde o século XIX (notavelmente através dos sistemas Pallweber), a miniaturização necessária para acomodar tal mecanismo em um relógio de pulso elegante representava um desafio técnico formidável. A Audemars Piguet, fundada em 1875, já era conhecida por dominar complicações, mas o modelo de 1921 marcou uma divergência audaciosa em direção ao design vanguardista. O contexto do lançamento foi a ascensão do Art Deco, um movimento que rejeitava ornamentos excessivos em favor de linhas geométricas, simetria e funcionalidade. O Jumping Hour personificou esses valores. O mostrador, livre do ponteiro das horas, permitia uma clareza visual sem precedentes e oferecia uma tela em branco para a tipografia estilizada dos minutos, uma característica crucial do design gráfico da década de 1920. Mecanicamente, o relógio operava acumulando energia em uma mola secundária ao longo de 59 minutos; no sexagésimo minuto, essa energia era liberada instantaneamente, impulsionando o disco das horas uma posição à frente. Esta ação exigia um ajuste e acabamento perfeitos para evitar que o choque do salto afetasse a amplitude do balanço e, consequentemente, a precisão cronométrica. Ao longo das décadas de 1920 e 1930, a AP produziu variações deste modelo, muitas vezes em caixas 'Tonneau' ou retangulares, experimentando com diferentes tipografias e metais. A produção foi extremamente limitada, dada a complexidade de fabricação e o nicho de mercado ultra-exclusivo. Este modelo de 1921 é o ancestral espiritual de todas as exibições de tempo alternativas da marca, incluindo o famoso 'Star Wheel' lançado na década de 1990 e as reedições clássicas da coleção Jules Audemars. Para o colecionador moderno, o Jumping Hour de 1921 não é apenas um relógio raro; é o marco zero da filosofia da Audemars Piguet de 'quebrar as regras, mas primeiro dominá-las'.

CURIOSIDADES

O modelo de 1921 é amplamente citado por historiadores como o primeiro relógio de pulso a apresentar a complicação de horas saltantes, solidificando o pioneirismo da AP. Devido à crise econômica do final dos anos 20 e à complexidade do mecanismo, estima-se que menos de uma centena de exemplares originais desta configuração específica foram produzidos na época. Em alguns modelos raros, o numeral '12' na janela de horas era impresso em vermelho, enquanto os demais eram pretos, uma sutil excentricidade de design valorizada por colecionadores. O termo técnico francês utilizado nos arquivos da Audemars Piguet para este relógio é 'Montre à Guichet' (Relógio com Janela). Este mecanismo inspirou diretamente a criação do modelo Audemars Piguet Ref. 43040 nos anos 90, um clássico cult que reintroduziu a hora saltante para uma nova geração. O 'clique' audível e tátil do mecanismo mudando a hora exata é considerado uma das características mais satisfatórias (e difíceis de aperfeiçoar) deste relógio centenário. Em leilões de alto perfil, exemplares em platina deste período, em boas condições de conservação, atingem valores astronômicos, competindo com peças únicas da Patek Philippe.

Você pode gostar

Ver Mais

Marcas