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Blancpain Villeret Carrousel Volant Une Minute Ref. 66228-3642-55B - O Renascimento Magistral da Complicação Esquecida e a Redefinição da Alta Relojoaria


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A Blancpain reintroduziu o carrossel, uma complicação esquecida por mais de um século, e incorporou-o pela primeira vez num relógio de pulso. Este modelo da coleção Villeret, com o Calibre 228 automático, apresentou esta inovação, distinguindo-se do turbilhão pela sua construção de dois trem de engrenagens e a ausência de ponte superior para uma vista desobstruída.

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RESUMO

Lançado em 2008 num momento de homogeneização técnica na indústria relojoeira, o Blancpain Villeret Carrousel Volant Une Minute representa um dos atos de rebeldia horológica mais sofisticados do século XXI. Posicionado no ápice da coleção Villeret, a linha mais clássica e purista da manufatura de Le Brassus, este relógio não foi concebido apenas como um instrumento de medição do tempo, mas como uma tese acadêmica mecânica destinada a corrigir uma injustiça histórica. Destinado a colecionadores eruditos que valorizam a engenharia obscura acima do 'hype', o modelo ressuscitou o carrossel — uma invenção de Bahne Bonniksen de 1892 — elevando-o de uma alternativa utilitária ao turbilhão para uma complicação de prestígio inigualável. Enquanto o mercado estava saturado de turbilhões, a Blancpain, sob a orientação técnica de Vincent Calabrese, desafiou o status quo ao apresentar o primeiro carrossel voador de um minuto num relógio de pulso. Com a sua estética refinada em ouro vermelho e a abertura reveladora no mostrador, esta peça encapsula a filosofia da Blancpain de 'Inovação é a nossa Tradição', servindo como um lembrete tangível de que a história da horologia ainda possui capítulos inexplorados esperando para serem reescritos.

HISTÓRIA

A história do Villeret Carrousel Volant Une Minute de 2008 é, fundamentalmente, uma história de redenção mecânica. Para compreender a gravidade deste lançamento, é necessário recuar até 1892, quando o relojoeiro dinamarquês Bahne Bonniksen inventou o carrossel. Durante mais de um século, o carrossel viveu à sombra do turbilhão de Abraham-Louis Breguet. Enquanto ambos os mecanismos visavam anular os efeitos da gravidade sobre a taxa de marcha do relógio girando o escapamento, o turbilhão era visto como a escolha nobre e complexa, enquanto o carrossel — mais robusto e com uma rotação mais lenta (geralmente cerca de 52 minutos) — era considerado uma alternativa técnica inferior. Em 2008, a Blancpain decidiu quebrar este paradigma secular. Numa era dominada pela proliferação de turbilhões, a marca procurou diferenciar-se não apenas esteticamente, mas através da pureza da engenharia. A equipe de desenvolvimento, liderada por mentes brilhantes da horologia, reimaginou o carrossel para o pulso. O desafio técnico foi monumental: miniaturizar o mecanismo e, crucialmente, acelerar a sua rotação para exatamente 60 segundos, igualando o espetáculo visual de um turbilhão convencional. O resultado foi o Calibre 228, uma estreia mundial que introduziu o primeiro carrossel voador (sem ponte superior para obstruir a visão) de um minuto. A distinção técnica vital que a Blancpain enfatizou neste modelo reside na transmissão de energia. Ao contrário do turbilhão, que utiliza um único trem de engrenagens para alimentar o escapamento e girar a gaiola, o Calibre 228 do Villeret Carrousel emprega dois trens de engrenagens distintos: um para fornecer energia ao escapamento e outro dedicado exclusivamente à rotação da gaiola. Esta construção complexa permitiu uma transmissão de força mais estável e constante. Visualmente, o modelo Ref. 66228-3642-55B manteve a elegância sóbria da linha Villeret, com o seu bisel de duplo degrau e mostrador em esmalte branco, mas rompeu o classicismo com a abertura às 12 horas, permitindo ao portador observar a dança hipnótica da gaiola do carrossel. Este relógio não só restaurou a honra do carrossel como uma 'Grande Complicação', mas também estabeleceu a Blancpain como a única manufatura a dominar e produzir em série ambas as complicações rivais — o turbilhão e o carrossel. O impacto foi tal que a tecnologia foi posteriormente adaptada para as linhas esportivas, como o Fifty Fathoms, mas foi aqui, na coleção Villeret de 2008, que a revolução começou silenciosamente.

CURIOSIDADES

Apesar da semelhança visual, a principal diferença técnica é que o carrossel é acionado pela terceira roda, enquanto o turbilhão é acionado pela quarta roda, uma distinção que a Blancpain adora testar entre os colecionadores. Este foi o primeiro relógio de pulso do mundo a apresentar um carrossel que completa uma rotação exata em 60 segundos; os carrosséis de bolso antigos levavam quase uma hora. O Calibre 228 possui uma reserva de marcha de 120 horas, um feito extraordinário para uma complicação que consome tanta energia quanto um regulador rotativo. O termo 'Volant' (Voador) refere-se à ausência de uma ponte de suporte superior, o que exige que todo o mecanismo seja suportado apenas por baixo, aumentando a fragilidade e a dificuldade de montagem, mas proporcionando uma vista desimpedida. A Blancpain utilizou este modelo para lançar um desafio direto à indústria: provar que o carrossel poderia ser tão preciso, belo e difícil de fabricar quanto o turbilhão. Para enfatizar a diferença, a Blancpain lançou posteriormente um modelo 'duelo' contendo tanto um turbilhão quanto um carrossel no mesmo mostrador, mas o Villeret 2008 foi o pioneiro solitário. Devido à complexidade do ajuste dos dois trens de engrenagens, a produção anual deste modelo foi extremamente limitada, tornando-o uma raridade em leilões modernos.

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