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Omega Seamaster Polaris 396.0980 – A Obra-Prima Geométrica de Gérald Genta e a Fusão de Metais na Era de Ouro do Quartzo


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Um design icónico de Gérald Genta, notável pela sua construção em metal misto (aço e ouro) e movimento quartzo, representando um estilo distintivo dos anos 80.

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RESUMO

O Omega Seamaster Polaris representa um dos capítulos mais intrigantes e esteticamente ousados na história da manufatura de Bienne. Lançado no início da década de 1980, este modelo não foi apenas um relógio, mas uma declaração de intenções durante o auge da Crise do Quartzo. Desenhado pelo lendário Gérald Genta, o pai do design de relógios esportivos de luxo, o Polaris foi concebido para um público que transitava perfeitamente entre a sala de reuniões corporativa e o clube de campo. Diferente dos Seamasters utilitários de mergulho que o precederam ou sucederam, o Polaris (Ref. 396.0980) posicionou-se como uma peça de 'Dress-Sport', caracterizada pela sua silhueta integrada e fluida que desafiava as formas tradicionais. Sua filosofia de design baseava-se na fusão harmoniosa de materiais, introduzindo uma incrustação de ouro maciço 18k diretamente na caixa de aço inoxidável ou titânio, uma técnica metalúrgica avançada para a época. Hoje, o Polaris é redescoberto por colecionadores não apenas como um artefato nostálgico dos anos 80, mas como uma peça de design vanguardista que encapsula a transição da relojoaria mecânica tradicional para a modernidade eletrônica de luxo, mantendo a robustez lendária da linha Seamaster sob uma roupagem de alta costura.

HISTÓRIA

A história do Omega Seamaster Polaris, e especificamente da referência 396.0980, começa em 1982, um ano crucial onde a indústria suíça lutava para redefinir o luxo em face da precisão barata do quartzo asiático. A Omega, buscando reafirmar sua posição de vanguarda, recorreu ao designer mais influente do século XX, Gérald Genta — o homem por trás do Patek Philippe Nautilus e do Audemars Piguet Royal Oak. Embora a autoria de Genta tenha sido debatida por anos devido ao sigilo contratual da época, as linhas do Polaris carregam inequivocamente o seu DNA: a integração perfeita entre caixa e pulseira, a ausência de asas tradicionais e a obsessão pela geometria complexa. O grande triunfo técnico do Polaris não foi apenas estético, mas metalúrgico. A Omega desenvolveu um processo para incrustar uma camada de ouro de 2mm de espessura diretamente na caixa de aço (ou titânio em modelos posteriores). Diferente do 'gold-plating' (banho) que se desgasta, ou do 'gold-capping', a incrustação do Polaris era estrutural, permitindo que a caixa fosse polida ou escovada sem remover o ouro. O design visualmente lembrava uma tartaruga estilizada, com linhas suaves e curvas que evocavam a aerodinâmica, uma obsessão dos anos 80. A referência 396.0980 foi a pedra angular desta coleção, equipada com o confiável calibre de quartzo 1430, oferecendo aos executivos da época a conveniência do 'set-and-forget' com o acabamento de joalheria. Ao longo da década, a linha Polaris expandiu-se drasticamente, incorporando cronógrafos digitais-analógicos (o famoso calibre 1665), modelos automáticos e até variantes em paládio. O modelo serviu como o rosto da Omega durante os Jogos Olímpicos de Seul em 1988 e Albertville em 1992, consolidando sua imagem de precisão esportiva. No entanto, com a chegada dos anos 90 e a ascensão do Seamaster Diver 300m (o relógio de James Bond em 'GoldenEye'), o design idiossincrático do Polaris caiu em desuso, sendo descontinuado em 1993. Durante anos, foi considerado uma curiosidade datada. Contudo, na última década, com o renascimento do interesse pelo design integrado dos anos 70 e 80, o Polaris foi reavaliado. Ele representa hoje um ponto de inflexão na história da Omega, o momento em que a marca abraçou a tecnologia de quartzo sem sacrificar o luxo, criando um objeto que é tanto uma joia quanto um instrumento de tempo.

CURIOSIDADES

- O nome 'Polaris' refere-se à Estrela do Norte, sugerindo que este relógio deveria ser um guia ou ponto de referência para o design da marca. - O comediante Jerry Seinfeld usou um Omega Seamaster Polaris (modelo multifuncional) em diversos episódios das primeiras temporadas da sitcom 'Seinfeld', cimentando o relógio na cultura pop dos anos 90. - A técnica de incrustação de ouro era tão complexa que a Omega patenteou o processo; o ouro não é colado, mas sim fundido molecularmente sob alta pressão na caixa usinada. - O design da caixa é frequentemente descrito pelos colecionadores como 'UFO' ou 'Turtle' devido ao seu formato ovalado e sem asas. - Embora seja um Seamaster, a maioria dos modelos Polaris possui apenas 30m de resistência à água e coroa de pressão, o que é uma ironia histórica para a linha de mergulho da marca. - Existem versões raríssimas com mostradores em pedra Lápis-lazúli e Malaquita, que são extremamente cobiçadas em leilões atuais.

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