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Rolex Glidelock (2008) - A Engenharia do Conforto e o Fecho que Redefiniu a Ergonomia do Mergulho de Luxo


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A patente da Rolex para o fecho Glidelock foi publicada em 2008. Este inovador sistema de extensão de bracelete permite um microajuste preciso de aproximadamente 20mm em incrementos de 2mm, ideal para uso sobre fatos de mergulho ou para ajuste de conforto.

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RESUMO

O lançamento do sistema Rolex Glidelock em 2008 marcou um ponto de inflexão decisivo na história da relojoaria desportiva, transcendendo a sua função utilitária para se tornar um padrão de ouro no design industrial de luxo. Embora frequentemente ofuscado pelos calibres ou pelas lunetas de cerâmica Cerachrom, o Glidelock representa a solução definitiva para um problema secular enfrentado por mergulhadores e colecionadores: a adaptabilidade. Este mecanismo, estreado na era dos 'seis dígitos' da Rolex (inicialmente no Deepsea e depois no Submariner), permitiu pela primeira vez que um relógio de mergulho fosse ajustado com precisão milimétrica sem o uso de ferramentas, mantendo a integridade estética da pulseira Oyster. Posicionado no ápice do segmento de relógios-ferramenta ('tool watches'), o Glidelock não serve apenas o mergulhador profissional que necessita de expandir a bracelete sobre um fato de neoprene; serve, com igual importância, o executivo moderno cujo pulso dilata com o calor ou viagens aéreas. A sua introdução sinalizou o fim da era dos fechos de chapa estampada ('stamped clasps'), elevando a percepção táctil da Rolex de puramente funcional para inegavelmente luxuosa.

HISTÓRIA

A história do fecho Glidelock, cuja patente fundamental foi publicada em 2008, é a narrativa da obsessão da Rolex pela perfeição funcional e a resposta direta às críticas sobre a 'fragilidade' percebida dos seus braceletes vintage. Durante décadas, os modelos Submariner e Sea-Dweller confiaram nos fechos de aço estampado (como a referência 93150), que, embora fiáveis, possuíam uma extensão de mergulho rudimentar que exigia a libertação de um elo dobrável, muitas vezes resultando num ajuste 'tudo ou nada' e num som metálico característico que os detratores apelidavam de 'lata de atum'. Em 2008, com o lançamento do monumental Rolex Deepsea (Ref. 116660) e a subsequente atualização da linha Submariner para as referências de cerâmica (116610/114060), a Rolex introduziu o Glidelock. Este sistema não foi apenas uma melhoria; foi uma reengenharia total. Ao contrário dos sistemas de pinos de mola tradicionais que exigiam um palito ou ferramenta para ajuste na fivela, o Glidelock integrou uma cremalheira dentada oculta sob a tampa do fecho. O utilizador podia simplesmente levantar o elo final da bracelete a 45 graus, deslizá-lo ao longo da cremalheira para o ponto desejado e travá-lo de volta no lugar. Este mecanismo permitia uma extensão total de cerca de 20mm em incrementos precisos de 2mm. Para o mergulhador, significava a capacidade de ajustar o relógio sobre um fato de mergulho de espessura variável enquanto estava no barco, sem risco de deixar cair o relógio. Para o colecionador casual, significava o fim do desconforto causado pelo inchaço do pulso em dias quentes. A engenharia era tão robusta e o funcionamento tão suave que definiu um novo paradigma para a indústria, forçando competidores como a Omega e a IWC a desenvolverem os seus próprios sistemas de microajuste rápido. O Glidelock solidificou a transição da Rolex da era 'neo-vintage' para a era moderna de luxo superlativo, onde cada ponto de interação com o relógio — da luneta ao fecho — transmite solidez e precisão mecânica.

CURIOSIDADES

O design do Glidelock varia subtilmente entre modelos: a versão do Deepsea permite o ajuste com o relógio colocado no pulso, levantando a tampa central, enquanto a versão do Submariner exige a remoção do relógio para deslizar o elo. Antes do Glidelock, os mergulhadores da Rolex usavam a extensão 'Fliplock', que era funcional mas esteticamente rudimentar e feita de chapa dobrada. O sistema foi tão revolucionário que a patente (US 2008/0263829 A1 e outras) é frequentemente citada em escolas de engenharia como exemplo de design mecânico compacto. Embora desenhado para fatos de mergulho, a comunidade de colecionadores refere-se frequentemente ao Glidelock como a 'cura para o inchaço de verão', devido à sua utilidade em climas quentes. O aço utilizado no mecanismo é o 904L (Oystersteel), escolhido especificamente pela sua resistência superior à corrosão em água salgada, evitando que o mecanismo de deslize gripe com o tempo. Ao contrário de sistemas de outras marcas que usam molas, o Glidelock depende inteiramente da fricção e do bloqueio mecânico passivo, o que aumenta drasticamente a sua longevidade.

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