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Rolex Deepsea Sea-Dweller (Ref. 116660) - A Gênese da Tecnologia Chromalight e a Conquista do Abismo Azul


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A Rolex lançou a sua tecnologia luminescente proprietária Chromalight. Este material emite um brilho azul duradouro no escuro, proporcionando melhor legibilidade em ambientes com pouca luz e mantendo uma cor branca clara durante o dia. Foi introduzido no Deepsea Sea-Dweller.

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RESUMO

O ano de 2008 marcou um ponto de inflexão decisivo na história moderna da Rolex com o lançamento do Deepsea Sea-Dweller (Ref. 116660), o relógio escolhido para estrear a tecnologia luminescente proprietária da marca: o Chromalight. Este relógio não foi apenas um exercício de engenharia extrema, capaz de suportar pressões esmagadoras, mas também o portador de uma nova identidade visual para a manufatura genebrina. Projetado para o mergulhador profissional de saturação e para o entusiasta que exige superlativa robustez, o Deepsea introduziu o distinto brilho azul do Chromalight, rompendo com o padrão verde da Super-LumiNova que dominava a indústria. A escolha desta tecnologia não foi meramente estética; foi fundamentada na ciência óptica, visto que o espectro azul é o último a ser absorvido pela água em grandes profundidades e é o mais perceptível ao olho humano em condições de escuridão total. Este modelo representa o ápice da integração vertical da Rolex, controlando não apenas a metalurgia e o movimento, mas também a própria química da legibilidade. O Deepsea com Chromalight posiciona-se como um 'tool watch' definitivo, transcendendo o estatuto de joia para se firmar como um instrumento de sobrevivência indispensável, cobiçado por colecionadores que valorizam a inovação técnica tangível e a estética funcional intransigente.

HISTÓRIA

A introdução do Chromalight em 2008, a bordo do formidável Rolex Deepsea Ref. 116660, não foi um evento isolado, mas o culminar de uma busca secular pela legibilidade perfeita em ambientes hostis. Para compreender a magnitude deste lançamento, é necessário revisitar a trajetória luminescente da horologia. Desde o perigoso Radium do início do século XX, passando pelo Tritium (com a sua meia-vida radioativa e degradação de cor) até à adoção da Super-LumiNova na década de 1990, a indústria dependia de fornecedores externos e de materiais com limitações. A Super-LumiNova, embora segura e recarregável, emitia um brilho verde que, segundo pesquisas da Rolex, não oferecia o contraste ideal nas zonas abissais onde o Deepsea pretendia operar. O ano de 2008 foi, portanto, o ano da independência luminescente da Rolex. O lançamento do Deepsea Ref. 116660 serviu como a plataforma de testes perfeita. Este relógio, sucessor espiritual do Sea-Dweller 4000 e herdeiro dos protótipos experimentais dos anos 60, foi construído em torno do 'Ring Lock System' para suportar 3.900 metros de profundidade. No entanto, a sua característica mais visível para o usuário comum foi a mudança de paradigma na face do relógio: o Chromalight. Este material fotoluminescente proprietário, baseado em aluminato de estrôncio dopado, foi formulado para emitir uma assinatura azul ciano (aproximadamente 480 nanômetros). A Rolex reivindicou que o Chromalight poderia brilhar com intensidade útil por até oito horas, o dobro do tempo dos materiais convencionais da época, garantindo legibilidade durante longos mergulhos de saturação ou noites inteiras. Após o sucesso no Deepsea, a tecnologia Chromalight migrou gradualmente para todo o catálogo 'Professional' da marca. O Submariner, o GMT-Master II e o Explorer adotaram o brilho azul nos anos subsequentes, tornando-se uma assinatura visual da Rolex moderna. Para o colecionador, o Deepsea de 2008 é histórico porque representa o 'Marco Zero' desta era. Ele diferencia-se das referências anteriores não apenas pela arquitetura da caixa, mas pela pureza branca dos índices à luz do dia e o brilho elétrico azul na escuridão, eliminando o tom esverdeado residual da Super-LumiNova C3. O impacto na indústria foi imediato, forçando concorrentes a reavaliarem as suas próprias soluções de luminescência e solidificando a reputação da Rolex como uma manufatura que refina microscopicamente cada aspecto da experiência de uso. O Deepsea com Chromalight permanece, assim, como um monumento à engenharia funcional, onde a beleza deriva estritamente da performance.

CURIOSIDADES

Ciência da Cor: O azul do Chromalight foi escolhido porque é a última cor do espectro visível a ser filtrada pela água do mar; o vermelho desaparece a apenas 5 metros, enquanto o azul permanece visível nas profundezas. O 'Maxi Dial': O lançamento do Chromalight no Deepsea coincidiu com a popularização dos índices 'Maxi' (maiores), maximizando a área de superfície para a aplicação do material luminescente e aumentando drasticamente a legibilidade. James Cameron: Embora Cameron tenha usado um protótipo experimental 'Deepsea Challenge' na sua descida à Fossa das Marianas, ele usava um Deepsea 116660 com Chromalight no pulso dentro do submersível, validando a tecnologia em condições reais. Branco Puro: Diferente de algumas variantes de Super-LumiNova que têm um tom amarelado ou esverdeado à luz do dia, o Chromalight é celebrado por manter um tom branco gesso extremamente limpo quando não está ativado. Transição de Mercado: Nos anos imediatamente após 2008, colecionadores começaram a diferenciar os modelos Rolex 'modernos' dos 'neo-vintage' baseando-se quase exclusivamente na cor da luminescência (Azul vs. Verde), criando uma nova taxonomia no colecionismo. Processo de Aplicação: O preenchimento dos índices de ouro branco com Chromalight é feito manualmente sob microscópios de alta potência para garantir uma superfície perfeitamente plana e uniforme, sem bolhas ou irregularidades.

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