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Patek Philippe Chronograph Ref. 5070J – O Renascimento do Cronógrafo Manual: A Ousadia Oversized de 1998 que Redefiniu a Alta Relojoaria


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Lançado em 1998, o Ref. 5070J marcou um retorno da Patek Philippe aos cronógrafos manuais em um tamanho de caixa maior (42mm), que era ambicioso para a época. Com seu design ousado e estética clássica, inaugurou uma nova era para os cronógrafos da marca, distanciando-se de produções anteriores.

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RESUMO

O lançamento do Patek Philippe Ref. 5070J em 1998 não foi apenas a introdução de um novo modelo; foi um manifesto horológico que encerrou um hiato de mais de 30 anos. Desde a descontinuação do lendário Ref. 1463 'Tasti Tondi' na década de 1960, a Patek Philippe não oferecia um cronógrafo simples de corda manual em seu catálogo. O 5070J chegou para preencher esse vazio, mas o fez desafiando todas as convenções da época. Com uma caixa de 42mm em ouro amarelo — dimensões consideradas gargantuescas para um relógio social no final dos anos 90 — ele antecipou a tendência dos relógios grandes que dominaria a década seguinte. Destinado a colecionadores puristas que valorizam a interação tátil da corda manual e a arquitetura de movimento clássica, o 5070J posicionou-se na interseção entre o relógio de ferramenta de luxo e a peça de gala. Seu design, com um mostrador preto profundo e numerais árabes em ouro, evoca a estética dos relógios de aviador, mas com o acabamento inigualável da 'Maison' de Genebra. Hoje, é reverenciado não apenas como um instrumento de medição de tempo, mas como o modelo que provou que a elegância tradicional da Patek poderia coexistir com proporções modernas e assertivas, consolidando-se como um dos cronógrafos mais colecionáveis da era moderna.

HISTÓRIA

A história do Patek Philippe Ref. 5070J é inseparável do contexto de seu lançamento em 1998 na Feira de Basileia. Para compreender sua magnitude, é necessário olhar para trás: a Patek Philippe havia cessado a produção do seu último cronógrafo simples de corda manual, o Ref. 1463, no final dos anos 1960. Durante décadas, os cronógrafos da marca ou eram automáticos ou vinham acompanhados de grandes complicações, como calendários perpétuos (ex: Ref. 3970). O mercado ansiava por um retorno às raízes puristas da relojoaria. Quando o 5070J foi revelado, a reação inicial foi de choque. Em uma era onde a elegância masculina era definida por diâmetros de 36mm a 39mm, a caixa de 42mm do 5070 parecia imensa. Este design não foi aleatório; foi inspirado diretamente em um protótipo único de cronógrafo 'split-seconds' de aviador dos anos 1950, o Ref. 2512, que possuía uma caixa de 46mm. A Patek Philippe adaptou essa estética histórica, mantendo o bisel largo e escalonado e as garras proeminentes, criando uma presença de pulso inigualável. Sob o capô, o 5070J abrigava o Calibre CH 27-70. Baseado no venerável 'ébauche' Lemania 2310 — o mesmo chassi básico que equipou o Omega Speedmaster que foi à Lua — a versão da Patek era uma obra de arte completamente reengenheirada. Com uma ponte em forma de 'Y' distinta, roda de colunas coberta e o prestigiado Selo de Genebra, este movimento é frequentemente citado por especialistas como um dos cronógrafos manuais mais belos já produzidos, marcando o apogeu da era pré-manufatura (in-house) da Patek. A versão 'J' (Ouro Amarelo) foi a primeira a ser lançada e a primeira a ser descontinuada (por volta de 2002), tornando-a a variante com o menor tempo de produção em comparação com as versões posteriores em ouro branco (G), rosa (R) e platina (P). O contraste do ouro amarelo com o mostrador preto conferiu ao 5070J um visual esportivo-chique que o diferenciava drasticamente dos modelos clássicos prateados ou brancos da marca. O modelo foi eventualmente substituído pelo Ref. 5170 em 2010, que trouxe um movimento in-house e um tamanho reduzido, mas para muitos colecionadores, o 5070 permanece insuperável como o 'King Chronograph' que definiu uma geração.

CURIOSIDADES

O Efeito 'Vesgo' (Cross-Eyed): Devido ao tamanho da caixa de 42mm ser muito maior que o movimento interno (que tinha apenas 27mm), os sub-mostradores do cronógrafo ficaram posicionados muito próximos ao centro do mostrador, criando uma estética peculiar que se tornou uma assinatura visual do modelo. Base Lendária: O movimento CH 27-70 é considerado por muitos como a 'melhor versão final' do Lemania 2310 já feita, superando tecnicamente e esteticamente as versões usadas pela Vacheron Constantin e Breguet na mesma época. Inspiração Secreta: O museu da Patek Philippe guarda o Ref. 2512, o cronógrafo split-seconds de 1950 que serviu de 'molde' visual para o 5070. O 5070 é essencialmente uma versão reduzida e simplificada deste gigante histórico. Produção Estimada: Embora a Patek não divulgue números, estima-se que menos de 1.500 unidades da versão em Ouro Amarelo (5070J) foram produzidas antes de sua descontinuação em 2002, tornando-a uma das iterações mais raras da família 5070. O Primeiro e Único: O 5070 foi o único cronógrafo da Patek Philippe a ostentar uma caixa de 42mm até a chegada de modelos muito posteriores, mantendo o título de 'maior cronógrafo simples' da marca por mais de uma década.

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