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Zenith Chronomaster Open - A Audaciosa Revelação do Coração El Primero e a Redefinição do Cronógrafo Moderno


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Lançamento de um design inovador que expõe o coração do movimento El Primero através de um mostrador parcialmente aberto, revelando o órgão regulador e o escape de alta frequência.

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RESUMO

O Zenith Chronomaster Open, lançado em 2003, representa um divisor de águas estético e técnico na longa história da manufatura de Le Locle. Concebido numa era de renascimento da alta relojoaria mecânica, este modelo não foi apenas uma atualização de catálogo, mas uma declaração de orgulho técnico. Posicionado no segmento de luxo desportivo-elegante, o Chronomaster Open foi desenhado para um público que valoriza a horologia visceral; ele elimina a barreira entre o utilizador e a máquina. Ao contrário dos designs conservadores de cronógrafos anteriores, o Open oferece uma janela direta para a 'alma' do relógio: o lendário órgão regulador El Primero a bater a 36.000 vibrações por hora. A sua filosofia de design baseia-se na teatralidade mecânica, permitindo que a velocidade vertiginosa do balanço seja admirada sem remover o relógio do pulso. Esta peça é significativa por democratizar a apreciação visual do movimento, uma característica anteriormente reservada a turbilhões ou relógios totalmente esqueletizados, mantendo a robustez e a legibilidade de um cronógrafo de precisão. É, em essência, a celebração cinética do calibre cronógrafo integrado mais famoso do mundo.

HISTÓRIA

A história do Zenith Chronomaster Open é indissociável da turbulenta e fascinante revitalização da Zenith no início do século XXI. Para compreender o impacto do lançamento de 2003, é necessário recuar a 1969, ano em que a Zenith apresentou o 'El Primero', o primeiro movimento cronógrafo automático integrado de alta frequência do mundo. Durante décadas, este motor mecânico permaneceu oculto sob mostradores sólidos, conhecido apenas pela sua reputação e precisão, mas invisível ao olho nu durante o uso. No entanto, a virada do milénio trouxe uma nova liderança à Zenith sob a direção de Thierry Nataf. O ano de 2003 marcou uma mudança de paradigma: a marca desejava transformar-se de uma casa de engenharia pura numa marca de luxo e estilo de vida. O desafio lançado aos relojoeiros foi criar um design que externalizasse a superioridade técnica do El Primero. A resposta foi o Calibre 4021. Baseado na arquitetura do calibre 400 original, o 4021 foi radicalmente modificado. A platina principal e as pontes foram redesenhadas para mover o órgão regulador e o escape para a frente, criando uma abertura no mostrador que permitia ver o 'coração' a bater. Não se tratava apenas de cortar um buraco no mostrador; exigiu uma reengenharia da disposição dos componentes para garantir a integridade estrutural e estética. Quando o Chronomaster Open foi lançado em 2003, causou um choque imediato. O design era ousado, assimétrico e tecnicamente hipnotizante. A abertura, posicionada estrategicamente entre as 9 e as 11 horas, emoldurada por uma borda de metal polido e fixada por parafusos azulados, tornou-se a assinatura visual da 'nova' Zenith. Enquanto os puristas debatiam a estética moderna, o mercado respondeu com entusiasmo. O modelo permitiu que a Zenith se diferenciasse num mercado saturado de cronógrafos desportivos genéricos (como o Rolex Daytona ou o Omega Speedmaster), oferecendo algo que os outros não tinham: a visibilidade de um movimento de 5Hz (10 batidas por segundo) em ação. Ao longo das décadas seguintes, o conceito 'Open' evoluiu através de várias gerações (incluindo as séries XXT de tamanhos maiores e, mais tarde, versões mais contidas e clássicas). O modelo sobreviveu à saída de Nataf e ao retorno da Zenith a designs mais heritage sob a gestão de Jean-Frédéric Dufour e Julien Tornare, provando que o conceito Open não era apenas uma moda passageira, mas uma evolução legítima do El Primero. O Chronomaster Open de 2003 estabeleceu a tendência de 'coração aberto' que muitas outras marcas tentariam imitar, mas poucas com a legitimidade histórica de exibir um calibre tão icónico quanto o El Primero.

CURIOSIDADES

O Calibre 4021 foi o primeiro movimento El Primero a incorporar um indicador de reserva de marcha diretamente ligado à abertura do mostrador, criando um equilíbrio visual apelidado por alguns colecionadores de 'Sorriso Zenith'. Devido à velocidade de 36.000 vph, a roda de balanço visível no mostrador move-se tão rapidamente que cria um efeito visual de 'blur' ou névoa, diferente dos movimentos de 28.800 vph, visualmente mais lentos. O lançamento de 2003 coincidiu com a introdução de novos materiais exóticos pela Zenith nos anos seguintes, incluindo o 'Zenithium', uma liga proprietária, embora o modelo original brilhasse no aço clássico. O modelo é frequentemente confundido por leigos com um relógio 'Tourbillon' devido à exposição da gaiola do balanço, embora a mecânica seja distinta (o turbilhão gira, o coração aberto é fixo). O Chronomaster Open ganhou o prémio 'Relógio do Ano' em várias publicações internacionais aquando do seu lançamento, creditado por revigorar o interesse na mecânica visível fora da 'Haute Horlogerie' de seis dígitos. Em leilões, as primeiras versões de 2003 com mostradores prateados clássicos começam a ser valorizadas como 'Neo-Vintage', representando o início da era moderna da marca.

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