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Breitling Chrono-Matic (1969) - O auge da vanguarda mecânica e o nascimento do lendário Calibre 11 na corrida pelo cronógrafo automático


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Breitling, em colaboração com Heuer, Hamilton-Buren e Dubois-Depraz, lançou um dos primeiros movimentos de cronógrafo automático do mundo, o Caliber 11. O Chrono-Matic foi um dos primeiros modelos a incorporar este avanço técnico, que representou um marco na indústria.

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RESUMO

O Breitling Chrono-Matic de 1969 não é apenas um relógio; é um monumento à engenharia suíça e um testemunho de uma das rivalidades mais ferozes da história da horologia: a corrida para criar o primeiro cronógrafo automático do mundo. Posicionado na intersecção entre a ferramenta profissional de aviação e o design disruptivo da era espacial, o Chrono-Matic representou uma mudança de paradigma sísmica para a Breitling. Até aquele momento, o cronógrafo era intrinsecamente ligado à corda manual, uma limitação que parecia arcaica frente à modernidade iminente da década de 1970. Ao integrar o revolucionário Calibre 11, a Breitling não apenas ofereceu conveniência, mas redefiniu a estética do relógio esportivo de luxo. Destinado a pilotos, engenheiros e entusiastas de tecnologia que exigiam precisão absoluta combinada com a facilidade do uso diário, o Chrono-Matic exibiu uma filosofia de design onde a função ditava a forma de maneira agressiva e unapologética. A caixa robusta, muitas vezes adotando formas de almofada ou geometrias ousadas, foi necessária para abrigar a arquitetura modular do movimento. No mercado atual de colecionadores, o Chrono-Matic é reverenciado não apenas pela sua importância histórica como membro do 'Projeto 99', mas pelo seu visual inconfundível que captura o espírito otimista e experimental do final dos anos 60. É uma peça que sinaliza conhecimento profundo sobre a evolução mecânica, distinguindo o seu portador como um verdadeiro conhecedor da história do tempo.

HISTÓRIA

A história do Breitling Chrono-Matic é, na verdade, a crônica de uma aliança secreta e de uma revolução industrial. Em meados da década de 1960, a popularidade dos relógios automáticos estava em ascensão meteórica, deixando os cronógrafos de corda manual — a especialidade da Breitling — em risco de obsolescência. A indústria suíça enfrentava um desafio técnico formidável: como integrar o mecanismo de corda automática a um cronógrafo sem tornar o relógio absurdamente espesso ou complexo. Willy Breitling, percebendo que a tarefa era hercúlea demais para ser enfrentada sozinha, uniu forças em um consórcio confidencial conhecido como 'Projeto 99'. Este grupo de elite incluía a Heuer-Leonidas (liderada por Jack Heuer), a Hamilton-Buren (que forneceria a tecnologia de microrotor) e a Dubois-Depraz (especialistas em módulos de cronógrafo). O objetivo era claro: vencer a Zenith (com seu El Primero) e a Seiko na corrida para lançar o primeiro cronógrafo automático do mundo. O resultado dessa colaboração foi o Calibre 11, uma maravilha da engenharia modular. Ao contrário dos movimentos integrados, o Calibre 11 utilizava um movimento base Buren com um microrotor planetário intrincado, sobre o qual era montado o módulo de cronógrafo da Dubois-Depraz. Lançado globalmente em março de 1969, o Breitling Chrono-Matic chegou ao mercado com uma característica visualmente distinta que se tornou sua assinatura: a coroa de corda posicionada à esquerda da caixa, às 9 horas. Isso não foi apenas uma escolha estética, mas uma necessidade técnica devido à construção modular do movimento (girando o calibre base em 180 graus). O marketing da Breitling, no entanto, transformou essa peculiaridade em um benefício funcional, argumentando que, como o relógio era automático, a coroa raramente precisaria ser usada, deixando o lado direito livre para os botões do cronógrafo, garantindo maior conforto no pulso e facilidade de acionamento para pilotos. Ao longo dos anos 70, o nome 'Chrono-Matic' não se restringiu a um único modelo, mas tornou-se uma linha que abrangeu desde variações do Navitimer (Ref. 1806) até modelos de mergulho e as icônicas caixas 'Pizza' ou octogonais (Ref. 2110, 2111, 2112). A evolução técnica seguiu rapidamente com o lançamento do Calibre 12, que aumentou a frequência do balanço para 21.600 vph para maior precisão, e mais tarde os Calibres 14 e 15. Esteticamente, o Chrono-Matic capturou o zeitgeist dos anos 70 com o uso ousado de cores laranja neon, ponteiros geométricos e caixas superdimensionadas que rompiam completamente com o conservadorismo da década anterior. Embora a Crise do Quartzo tenha eventualmente interrompido a produção dessa linhagem original, o Chrono-Matic de 1969 permanece como um marco zero. Ele salvou momentaneamente a relevância do cronógrafo mecânico e estabeleceu a Breitling não apenas como fabricante de instrumentos de painel, mas como pioneira na microengenharia avançada.

CURIOSIDADES

A Coroa à Esquerda: A posição da coroa às 9 horas servia como um lembrete visual de que o relógio 'não precisava de corda', enfatizando sua natureza automática revolucionária. O Consórcio Secreto: O desenvolvimento do Calibre 11 foi codinomeado 'Projeto 99' e mantido em segredo absoluto para evitar espionagem industrial da Zenith e da Seiko. Preço de Lançamento: Em 1969, as versões Chrono-Matic eram significativamente mais caras que seus equivalentes de corda manual, posicionando-se como itens de luxo tecnológico de ponta. Calibre 11 vs. 12: Colecionadores distinguem a 'primeira execução' (Calibre 11) pela frequência mais baixa e certas fragilidades na mola do datador, enquanto o Calibre 12 é a versão aprimorada e mais robusta. Jerry Seinfeld: O comediante é um ávido colecionador de Breitling e frequentemente usa modelos da era Chrono-Matic (especialmente Navitimers e variantes esportivas dos anos 70) em suas aparições públicas. A Disputa da Estreia: Embora a Zenith tenha anunciado o El Primero em janeiro de 1969, o grupo Breitling-Heuer tinha protótipos funcionais em quantidade para distribuição global mais cedo, alimentando o debate eterno sobre quem 'venceu' a corrida.

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