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Breitling Navitimer Cosmonaute 1962 - O Cronógrafo Pioneiro de 24 Horas da Aurora 7


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O astronauta Scott Carpenter usou uma versão modificada do Navitimer, batizada de Cosmonaute, com um mostrador de 24 horas, durante seu voo orbital a bordo da cápsula espacial Aurora 7. Este evento marcou a entrada da Breitling na exploração espacial.

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RESUMO

O Breitling Navitimer Cosmonaute representa um dos capítulos mais fascinantes e tecnicamente audaciosos da horologia espacial. Nascido não de uma estratégia de marketing, mas da necessidade prática e urgente de um astronauta, este modelo transcende a sua função original de ferramenta de navegação aérea para se tornar um ícone da corrida espacial. Concebido a pedido do astronauta Scott Carpenter, que percebeu a inutilidade de um mostrador padrão de 12 horas na escuridão perpétua ou luz constante da órbita terrestre, o Cosmonaute é, em essência, um Navitimer modificado para a realidade extraterrestre. Posicionado no mercado como o 'irmão espacial' do lendário relógio de piloto, ele atrai colecionadores que valorizam a pureza funcional e a proveniência histórica. Diferente de seus contemporâneos de mergulho ou dress watches, o Cosmonaute é uma calculadora analógica de pulso, desenhada com uma complexidade dialética que desafia o usuário, oferecendo uma leitura de tempo militar absoluta. A sua filosofia de design é utilitária, mas carrega a elegância técnica da engenharia suíça de meados do século XX. Na hierarquia horológica, ele detém o título de 'Primeiro Cronógrafo de Pulso Suíço no Espaço', uma distinção que, embora muitas vezes ofuscada pela narrativa lunar da Omega, solidifica a Breitling como uma manufatura capaz de adaptar a sua maestria aeronáutica às exigências extremas da exploração orbital.

HISTÓRIA

A gênese do Breitling Navitimer Cosmonaute é indissociável da era de ouro da exploração espacial e da biografia do Tenente-Comandante Scott Carpenter. Antes de ser selecionado como um dos sete astronautas originais do Projeto Mercury da NASA, Carpenter era um aviador naval experiente e um usuário devoto do Breitling Navitimer clássico. Lançado originalmente em 1954 com a bênção da AOPA (Aircraft Owners and Pilots Association), o Navitimer já era a ferramenta definitiva para pilotos, permitindo cálculos complexos de navegação diretamente no pulso. No entanto, ao preparar-se para a missão Aurora 7, Carpenter identificou uma falha crítica nos relógios convencionais: no ambiente orbital, onde o sol nasce e se põe a cada 90 minutos, a distinção entre dia e noite torna-se obsoleta, e um mostrador de 12 horas poderia induzir a erros de leitura vitais para o cronograma da missão. Em 1961, Carpenter abordou Willy Breitling com um pedido específico: manter a régua de cálculo que ele tanto valorizava, mas modificar o movimento para que o ponteiro das horas levasse 24 horas para completar uma volta no mostrador. A Breitling aceitou o desafio. Os engenheiros adaptaram o venerável calibre Venus 178, alterando a engrenagem do movimento para acomodar a leitura de 24 horas. O resultado foi entregue a Carpenter poucos dias antes do lançamento. Em 24 de maio de 1962, quando a cápsula Aurora 7 rompeu a atmosfera, o Navitimer modificado no pulso de Carpenter tornou-se o primeiro cronógrafo de pulso suíço a viajar para o espaço. O modelo de produção que se seguiu, designado Referência 809, foi batizado de 'Cosmonaute' — uma escolha curiosa e ousada da Breitling, dado o clima da Guerra Fria, já que o termo era tipicamente associado ao programa espacial soviético, enquanto os americanos usavam 'Astronauta'. Ao longo das décadas, o design evoluiu sutilmente. As primeiras versões apresentavam um bisel 'beaded' (com contas) e o logotipo da AOPA ou os aviões gêmeos da Breitling. Nos anos 70, o modelo sofreu alterações estéticas mais drásticas e a introdução de movimentos automáticos (como o Calibre 11/12 Chronomatic), além de versões com data. Contudo, é a Referência 809 original, com seu mostrador 'all black' e numerais de trítio envelhecidos, que permanece o Graal para colecionadores. O legado do Cosmonaute foi cimentado não apenas pelo seu feito técnico, mas pela sua sobrevivência simbólica. Tragicamente, o relógio original usado por Carpenter sofreu infiltração de água do mar quando o astronauta manteve o braço submerso durante o resgate no Oceano Atlântico. Enviado de volta à Breitling para reparo, o artefato histórico foi substituído por um modelo novo e, infelizmente, o original perdeu-se nos arquivos da empresa, tornando-se um dos maiores mistérios da horologia. Em 2012 e novamente em 2022, a Breitling lançou reedições limitadas para comemorar os aniversários da missão, reafirmando que, embora a Omega tenha conquistado a Lua, a Breitling ajudou a humanidade a navegar na órbita terrestre.

CURIOSIDADES

O relógio real usado por Scott Carpenter na missão Aurora 7 nunca foi encontrado após ser enviado para a fábrica da Breitling para reparos devido aos danos causados pela água salgada durante a recuperação da cápsula. O termo 'Cosmonaute' foi escolhido pela Breitling para soar mais exótico e internacional, apesar da forte conotação soviética durante o auge da Guerra Fria nos anos 60. Embora Yuri Gagarin tenha sido o primeiro homem no espaço com um relógio (um Sturmanskie), e John Glenn tenha levado um cronômetro de bolso Heuer, o Breitling Cosmonaute detém o título específico de 'Primeiro Cronógrafo de Pulso Suíço no Espaço'. O mostrador de 24 horas é frequentemente confuso para novatos; o meio-dia (12:00) está localizado na posição onde seria o 6 em um relógio normal, enquanto o topo do mostrador marca a meia-noite (24:00/00:00). Jerry Seinfeld, um ávido colecionador de Breitling, frequentemente exibe modelos Navitimer e Cosmonaute vintage em sua série 'Comedians in Cars Getting Coffee'. As versões mais antigas do Cosmonaute (início de 1962) possuem um bisel mais largo e 'beaded' (com pequenas esferas de metal para aderência), que foi substituído por um bisel serrilhado mais moderno em produções posteriores. A referência original 809 utilizava um composto de rádio para luminescência nos primeiros lotes, transicionando para trítio conforme as regulamentações de segurança mudaram nos anos 60.

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