Logo Time66
Foto do Perfil

Confira as vantagens do Assinante!

Ver Assinatura

Omega Seamaster Planet Ocean Ultra Deep Professional - O Titã de Titânio que Conquistou a Fossa das Marianas e Redefiniu os Limites da Engenharia Subaquática


Compartilhar postagem:

Em 2019, três relógios experimentais Seamaster Planet Ocean Ultra Deep Professionals sobreviveram a um mergulho de 10.928 metros até ao fundo da Fossa das Marianas, estabelecendo um novo recorde mundial para o relógio de mergulho mais profundo na altura.

Avaliar
Últimos comentários


RESUMO

O Omega Seamaster Planet Ocean Ultra Deep Professional não é apenas um relógio de mergulho; é um manifesto de engenharia extrema e uma resposta definitiva na corrida histórica para o fundo do oceano. Desenvolvido em segredo para a expedição 'The Five Deeps' do explorador Victor Vescovo, este instrumento horológico foi concebido com um único propósito: sobreviver onde a vida biológica luta para existir. Posicionado muito além do mercado de luxo convencional, ele transcende as categorias tradicionais de 'dress' ou 'sport', situando-se firmemente como equipamento científico de ponta, destinado a colecionadores de história e aficionados por tecnologia de materiais. Enquanto a maioria dos relógios de mergulho promete redundância em profundidades recreativas, o Ultra Deep Professional foi forjado para suportar a pressão esmagadora de 15.000 metros, redefinindo o legado da Omega como mestre da impermeabilidade. Sua filosofia de design abandona a estética em favor da sobrevivência estrutural, utilizando titânio de grau aeronáutico forjado a partir dos cortes do casco do submersível 'Limiting Factor'. Esta peça é significativa na horologia não apenas por quebrar o recorde mundial de profundidade anteriormente detido pela Rolex, mas por demonstrar inovações como a tecnologia de cristal sem polímero e as 'Manta Lugs', provando que a relojoaria mecânica ainda pode operar infalivelmente nas condições mais hostis conhecidas pelo homem.

HISTÓRIA

A gênese do Omega Seamaster Planet Ocean Ultra Deep Professional remonta a uma das rivalidades mais silenciosas e intensas da horologia: a conquista das profundezas abissais. Enquanto a Rolex havia reivindicado o fundo do oceano em 1960 com o 'Deep Sea Special' (acompanhando o Trieste) e novamente em 2012 com James Cameron, a Omega possuía uma herança subaquática legítima iniciada com o Marine de 1932, mas necessitava de um marco definitivo no século XXI. A oportunidade surgiu em 2019 com a expedição 'Five Deeps' de Victor Vescovo, cujo objetivo era alcançar o ponto mais profundo de cada um dos cinco oceanos. O desenvolvimento do Ultra Deep Professional rompeu com os métodos tradicionais de prototipagem. A Omega, trabalhando em conjunto com a Triton Submarines, utilizou simulações de análise de elementos finitos para determinar a geometria perfeita que pudesse resistir a 1.125 bar de pressão sem ser maciço a ponto de ser inutilizável. O resultado foi um design revolucionário que eliminou a necessidade da válvula de escape de hélio — uma assinatura da linha Seamaster — pois a integridade estrutural era prioridade absoluta e a saturação de gás não era o foco, mas sim a resistência à pressão hidrostática bruta. A inovação técnica mais notável foi a montagem do cristal de safira. Em vez de usar selos de polímero que poderiam falhar sob compressão extrema, a Omega desenvolveu um sistema inspirado nas vigias cônicas dos submersíveis, utilizando 'Liquidmetal' para criar uma união molecular flexível, porém impenetrável, entre o vidro e a caixa de titânio. Três relógios foram produzidos para a missão: dois acoplados aos braços robóticos do submersível 'Limiting Factor' e um a um módulo de aterrissagem (Lander). Em maio de 2019, o relógio fez história ao atingir a profundidade de 10.928 metros na Fossa das Marianas, estabelecendo um novo recorde mundial para um relógio mecânico. Este feito não apenas superou o recorde anterior por uma margem técnica (aproximadamente 12 metros mais fundo que o mergulho de 2012), mas também serviu como plataforma de validação para a tecnologia que a Omega introduziria posteriormente ao público. Em 2022, a marca lançou versões comerciais de 6.000m baseadas neste protótipo, democratizando a tecnologia 'Ultra Deep' e introduzindo a nova liga O-MEGASTEEL, mas os três 'Professionals' originais permanecem como o Santo Graal da engenharia subaquática moderna.

CURIOSIDADES

O material da caixa dos três protótipos originais foi cortado diretamente das sobras do casco de pressão de titânio grau 5 do submersível de Victor Vescovo, criando uma ligação física eterna entre o relógio e a nave. As 'Manta Lugs' (garras Manta) foram desenhadas especificamente para reduzir o risco de fratura sob carga; elas são integradas à caixa e deixadas abertas para facilitar a limpeza e evitar a captura de detritos do fundo do mar. Durante os testes de certificação em Barcelona, na instalação da Triton Submarines, a máquina de pressão teve que ser reconfigurada, pois os relógios eram mais resistentes que o próprio equipamento de teste padrão. A Omega utilizou a tecnologia de tomografia computadorizada (CT Scan) para examinar o interior do movimento após o mergulho, garantindo que não houve microfraturas invisíveis a olho nu. O recorde de profundidade exato é frequentemente debatido devido a revisões geodésicas, mas o Ultra Deep detém o título certificado pelo Guinness World Records para a expedição de 2019. No fundo do mostrador e na parte traseira, há referências sutis à tecnologia de sonar de mapeamento do fundo do oceano usada pela equipe da expedição. Ao contrário de muitos relógios conceituais que são apenas carcaças vazias, todos os Ultra Deep Professionals continham movimentos Calibre 8912 totalmente funcionais e mantiveram a precisão cronométrica durante todo o mergulho.

Você pode gostar

Ver Mais

Marcas