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Eterna KonTiki '1958' (Ref. 130 TT) - O Pioneiro da Exploração Naval e a Gênese de um Ícone Cult


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Lançado para homenagear a expedição Kon-Tiki de Thor Heyerdahl em 1947, este modelo é a primeira série do icônico relógio de mergulho. O KonTiki Ref. 130TT, equipado com o robusto calibre automático Eterna-Matic 1414UD, apresentava uma caixa super-impermeável e tornou-se o carro-chefe da Eterna.

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RESUMO

No panteão da relojoaria de mergulho de meados do século XX, poucos nomes evocam o espírito de aventura crua como o Eterna KonTiki. Lançado em 1958, este modelo não foi apenas um exercício de engenharia, mas uma celebração tangível da resiliência humana, nascida da lendária travessia do Pacífico de Thor Heyerdahl em 1947. Posicionado como um instrumento de precisão para o 'homem de ação' e entusiastas do mergulho recreativo — um esporte em ascensão na época —, o KonTiki (Ref. 130 TT e variantes 30 FTT) preencheu a lacuna entre o relógio de ferramenta puritano e a elegância esportiva. Diferente de seus contemporâneos, como o Submariner ou o Seamaster 300, o KonTiki oferecia uma estética geométrica única com seus índices triangulares, projetados para legibilidade máxima nas profundezas escuras. O modelo estabeleceu a Eterna como uma manufatura capaz de produzir caixas 'super-impermeáveis' sem sacrificar o refinamento do calibre automático. Hoje, o KonTiki de primeira geração é reverenciado não apenas pela sua construção robusta, mas como o artefato que salvaguardou a identidade da marca, transformando o logotipo dos cinco rolamentos de esferas em um símbolo de excelência técnica e durabilidade náutica.

HISTÓRIA

A gênese do Eterna KonTiki remonta a 1947, quando o etnógrafo norueguês Thor Heyerdahl e sua tripulação cruzaram o Oceano Pacífico em uma jangada de balsa, a Kon-Tiki, para provar que a Polinésia poderia ter sido povoada por sul-americanos pré-colombianos. Durante a expedição, a tripulação usou relógios de pulso Eterna, que sobreviveram às condições brutais de salinidade e umidade. Capitalizando sobre este triunfo de durabilidade, a Eterna lançou, em 1958, o modelo KonTiki, uma homenagem direta a essa façanha. O modelo '30 FTT' ou Ref. 130 TT (onde TT denota uma construção de caixa reforçada) representou um salto técnico. Enquanto os relógios da expedição original eram peças de campo simples, o KonTiki de 1958 foi projetado do zero como um mergulhador competente. Ele abrigava o revolucionário calibre 1414UD, parte da linhagem Eterna-Matic, famosa por introduzir o rotor montado sobre cinco rolamentos de esferas para reduzir o atrito e aumentar a eficiência do enrolamento — uma inovação técnica tão significativa que se tornou o logotipo da própria marca. Visualmente, o modelo de 1958 definiu a linguagem de design da linha pelas décadas seguintes. Os mostradores apresentavam triângulos luminescentes enormes nas posições cardeais (12, 3, 6, 9), garantindo que o tempo pudesse ser lido instantaneamente sob a água. Esta primeira geração (Mark I) é distinguível pelos seus terminais (lugs) longos e torcidos, evocando a elegância dos anos 50, contrastando com as caixas mais brutas e em forma de barril que viriam nos anos 70 com o Super KonTiki. Ao longo dos anos, o KonTiki evoluiu para diversas iterações, incluindo o famoso KonTiki 20 e o Super KonTiki usado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), mas a referência original de 1958 permanece o 'Santo Graal'. Sua importância para a indústria reside na democratização da tecnologia de vedação de alta performance; a Eterna provou que um relógio automático poderia ser hermético, preciso e esteticamente agradável o suficiente para ser usado em um jantar de gala após um mergulho, solidificando o conceito de 'Sport-Chic' antes mesmo de o termo ser popularizado.

CURIOSIDADES

O medalhão de ouro no fundo da caixa, que retrata a jangada Kon-Tiki navegando nas ondas, é um detalhe crucial de autenticidade; versões com o medalhão gasto ou polido perdem significativamente o valor de mercado. Embora o relógio homenageie a expedição de 1947, Thor Heyerdahl não usou este modelo específico (o de mergulho) na jangada, pois ele só foi criado 11 anos depois; ele usou relógios Eterna civis padrão durante a viagem. O nome 'FTT' em catálogos técnicos antigos da Eterna refere-se frequentemente à combinação de funcionalidades: calendário, segundos centrais e a especificação de estanqueidade. A pulseira original 'Gay Frères' do tipo 'grãos de arroz' que acompanhava estes modelos é, por si só, um item de colecionador, valendo milhares de dólares se estiver em bom estado e com os end-links corretos. O KonTiki foi um dos poucos relógios da época a rivalizar diretamente com o Rolex Datejust em termos de robustez diária, mas com uma vedação superior, o que o tornou favorito entre geólogos e engenheiros de campo nos anos 60. A numeração '130' refere-se à referência da caixa, enquanto o sufixo 'T' ou 'TT' indicava o nível de impermeabilidade, uma nomenclatura interna que a Eterna usava para classificar seus relógios de ferramentas.

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