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Patek Philippe Chronograph Ref. 130 - O Arquétipo da Elegância Esportiva e o Pioneiro da Produção em Série


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O primeiro cronógrafo de pulso produzido em série pela Patek Philippe, a Ref. 130, marcou o início de uma linhagem importante de cronógrafos da marca, influenciando designs futuros.

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RESUMO

O Patek Philippe Ref. 130, introduzido no catálogo da manufatura em meados da década de 1930, representa um divisor de águas na história da alta relojoaria. Antes de seu lançamento, os cronógrafos de pulso da Patek Philippe eram, em sua maioria, peças únicas ou produzidas sob encomenda especial. A Referência 130 democratizou, dentro dos padrões de luxo, o acesso à complicação de cronógrafo, estabelecendo a arquitetura fundamental para todos os relógios esportivos elegantes que se seguiriam. Posicionado no mercado atual como um dos 'Holy Grails' para colecionadores de vintage, o Ref. 130 não foi concebido como um instrumento robusto de guerra, mas sim como uma ferramenta sofisticada para o cavalheiro moderno, engenheiros, médicos e aviadores que exigiam precisão sem sacrificar a estética formal. Seu design é a personificação da filosofia Calatrava aplicada a uma complicação: linhas puras, equilíbrio perfeito e uma legibilidade exemplar. Diferente dos cronógrafos de mergulho ou pilotagem robusta que surgiriam décadas depois, o Ref. 130 é a quintessência do cronógrafo 'dress', servindo como a fundação sobre a qual a Patek Philippe construiu sua reputação de supremacia em complicações cronográficas manuais.

HISTÓRIA

A história da Referência 130 é intrínseca à própria sobrevivência e reestruturação da Patek Philippe sob a gestão da família Stern. Em 1932, Jean e Charles Stern adquiriram a empresa e buscaram modernizar a produção e estabilizar as receitas. Até então, os cronógrafos de pulso eram raridades, muitas vezes adaptações de movimentos de bolso ou peças únicas com um único botão (monopoussoir). O lançamento da Ref. 130, consolidado comercialmente por volta de 1936, marcou a entrada da Patek Philippe na era da produção seriada de cronógrafos. O coração deste modelo é o lendário calibre 13-130. Embora baseado em um ebauche da Valjoux (o calibre 23), a Patek Philippe desmontava e refinava cada componente a tal ponto que o resultado final tinha pouca relação com o original. A adição de uma roda de colunas precisa, o acabamento 'Côtes de Genève', a anglage manual nas pontes e a inclusão de oito posições de ajuste elevaram este movimento ao topo da relojoaria mecânica. Esteticamente, a Ref. 130 definiu o vocabulário de design que a marca utilizaria pelos próximos 80 anos. A caixa, embora modesta para os padrões atuais com seus 33mm, possui garras longas e ligeiramente curvas que lhe conferem uma presença notável no pulso. O design do mostrador variava imensamente, oferecendo aos clientes opções que iam desde escalas taquimétricas para velocidade até escalas pulsométricas para médicos, demonstrando a versatilidade do modelo. A Ref. 130 permaneceu em produção por quase 30 anos, até meados da década de 1960. Durante esse tempo, coexistiu com modelos maiores e mais robustos, como a Ref. 530 e a impermeável Ref. 1463 'Tasti Tondi', mas a 130 manteve-se como a opção purista e clássica. Sua descontinuação marcou o fim de uma era dourada, e o modelo é hoje reconhecido não apenas como um relógio, mas como o 'Pai' de todos os cronógrafos modernos da Patek Philippe, influenciando diretamente sucessores espirituais como as referências 5170 e 5172. A Ref. 130 é a prova física de que a perfeição técnica pode coexistir com a beleza artística, servindo como o pilar fundamental da linhagem de cronógrafos manuais da marca.

CURIOSIDADES

A regra de ouro da coleção: As versões em Aço Inoxidável são exponencialmente mais raras e valiosas do que as versões em Ouro Amarelo, chegando a alcançar preços multimilionários em leilões devido à baixa produção na época. Existe uma variação extremamente rara conhecida como 'Single Button' (Monopoussoir) nas primeiras execuções experimentais, embora a configuração de dois botões seja a padrão definitiva. O mostrador 'Sector Dial' ou bicolor é considerado o 'Santo Graal' visual da Ref. 130, altamente cobiçado por sua estética Art Déco inconfundível. Em leilões da Phillips e Christie's, exemplares da Ref. 130 com mostradores pretos originais e índices Breguet em aço já quebraram recordes mundiais para relógios de caixa pequena. A Ref. 130 foi um dos primeiros relógios a normalizar o uso de dois botões para o cronógrafo (iniciar/parar e resetar independentes), afastando-se do design de botão único na coroa que era comum em relógios de bolso adaptados. O ex-primeiro-ministro italiano e notório colecionador de relógios, Silvio Berlusconi, foi fotografado usando uma Ref. 130 de ouro, consolidando o status do modelo entre a elite política e empresarial. Apesar de ser um modelo de 'produção em série', estima-se que menos de 1.500 unidades do calibre 13-130 foram encapuzadas na caixa Ref. 130 ao longo de três décadas.

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