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Omega Flightmaster Ref. 145.013 – O Cronógrafo Vanguardista da 'Era do Jato' Projetado para a Elite da Aviação Intercontinental


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Um cronógrafo de piloto altamente funcional com múltiplas zonas horárias, distintivo por suas duas coroas e dois botões no lado esquerdo da caixa e mostradores coloridos, ideal para aviadores e viajantes.

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RESUMO

O Omega Flightmaster, introduzido em 1969, representa o ápice da audácia horológica durante a era dourada da aviação comercial. Enquanto o Speedmaster conquistava o espaço, o Flightmaster foi concebido com um propósito terrestre — ou melhor, atmosférico — claro: servir como o instrumento definitivo para pilotos de linhas aéreas internacionais que cruzavam múltiplos fusos horários no cockpit dos recém-lançados Boeing 747 e Concorde. Este modelo não é um relógio discreto; com sua caixa maciça em formato 'piloto' (frequentemente descrita como UFO ou capacete), ele exala a estética brutalista e funcional do final dos anos 60. Posicionado no mercado atual como um 'cult classic', o Flightmaster atrai colecionadores que buscam complexidade mecânica aliada a um design idiossincrático que a Omega raramente replicou. Ele se distingue de relógios de mergulho ou dress watches por sua funcionalidade hiperespecífica: um cronógrafo combinado com um fuso horário duplo e luneta interna rotativa. É uma peça de declaração, um testemunho de uma época em que a funcionalidade da ferramenta ditava uma forma desapologeticamente robusta, tornando-se um ícone para aqueles que apreciam a engenharia focada e o design industrial vintage.

HISTÓRIA

Lançado em 1969, o mesmo ano em que o homem pisou na Lua, o Omega Flightmaster (Ref. 145.013) emergiu não sob a sombra do Speedmaster, mas como seu equivalente sofisticado para a atmosfera terrestre. A gênese deste modelo está intrinsecamente ligada à explosão da aviação civil a jato. A Omega desejava criar um instrumento que superasse as necessidades básicas de cronometragem, oferecendo aos pilotos uma ferramenta de navegação completa. O resultado foi um relógio visualmente imponente e mecanicamente complexo. A primeira geração, Ref. 145.013, equipada com o Calibre 910, é notável por sua disposição incomum de submostradores. Diferente da maioria dos cronógrafos, o mostrador às 9 horas não apresentava os segundos contínuos, mas sim um indicador de 24 horas (AM/PM), metade verde e metade preto, essencial para pilotos em voos transcontinentais longos. Esta característica técnica define a primeira iteração e é altamente cobiçada por puristas. Esteticamente, o relógio era revolucionário. A caixa, esculpida a partir de um único bloco de aço temperado sueco, apresentava um acabamento radial escovado que se tornaria uma assinatura da época. O sistema de codificação por cores foi uma inovação de legibilidade: ponteiros laranjas ou amarelos para funções de cronometragem, azul para o fuso horário GMT e branco para a leitura do tempo local. As coroas e botões do lado esquerdo da caixa (para o GMT e a luneta interna) adicionavam uma simetria técnica que o diferenciava de qualquer outro relógio no mercado. Por volta de 1971, a Omega introduziu a segunda geração (Ref. 145.026 e posteriormente 145.036), substituindo o Calibre 910 pelo 911. Esta mudança técnica atendeu a uma demanda prática: o indicador AM/PM foi substituído por um ponteiro de segundos contínuos (small seconds), tornando o relógio mais funcional para o uso diário, embora talvez menos exótico mecanicamente. A caixa também evoluiu ligeiramente para acomodar uma vedação de água melhorada e um cristal mineral mais espesso. O Flightmaster deixou de ser produzido em meados da década de 1970, vítima da Crise do Quartzo e da mudança de tendências de design. No entanto, seu legado perdura como um dos designs mais audaciosos da Omega. Ele influenciou diretamente a estética dos cronógrafos esportivos dos anos 70 e continua a ser um estudo de caso sobre como maximizar a informação em um mostrador analógico sem sacrificar a legibilidade.

CURIOSIDADES

O Rei Hussein da Jordânia foi um ávido colecionador e frequentemente presenteava convidados de estado com relógios Flightmaster personalizados, alguns com o brasão real no mostrador. Embora projetado para pilotos, o Flightmaster foi ao espaço. O cosmonauta soviético Alexey Leonov usou um Flightmaster durante a histórica missão Apollo-Soyuz em 1975, solidificando as credenciais espaciais do modelo ao lado do Speedmaster. Os botões do cronógrafo e as coroas possuem pontos coloridos incrustados (laca) que correspondem à função dos ponteiros no mostrador (ex: ponto azul na coroa do GMT), um detalhe de design ergonômico genial. Existe uma variação rara conhecida pelos colecionadores como 'Yellow Hands'. Especulou-se erroneamente que estes ponteiros amarelos continham Cádmio e eram tóxicos, mas na realidade, a cor amarela foi projetada para ser mais visível sob a iluminação infravermelha de cockpits modernos da época. O fundo da caixa apresenta um jato Douglas DC-8 Super 61 gravado, uma homenagem direta à aeronave que simbolizava as viagens de longa distância na época do lançamento. Devido à complexidade da caixa e aos múltiplos orifícios para botões e coroas, a resistência à água era o 'calcanhar de Aquiles' do modelo, tornando exemplares com mostradores imaculados (sem danos por umidade) extremamente raros hoje.

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