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Omega Speedmaster Mark II 145.014 - A Evolução Aerodinâmica dos Anos 70 e o Cronógrafo que Redefiniu a Robustez Espacial


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A primeira reinterpretação do clássico Speedmaster, apresentando um novo design de caixa em forma de tonneau e um cristal plano com escala taquimétrica integrada, oferecendo uma estética modernizada e maior robustez.

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RESUMO

Lançado em 1969, um ano crucial na história da horologia e da exploração espacial, o Omega Speedmaster Mark II (Referência 145.014) representa um ponto de inflexão audacioso na linhagem do lendário 'Moonwatch'. Enquanto o mundo observava o Speedmaster Professional tornar-se o primeiro relógio na Lua, a Omega, num exercício de previsão e engenharia vanguardista, já buscava aperfeiçoar o seu ícone para a nova década que se aproximava. O Mark II não foi concebido apenas como um sucessor estético, mas como uma evolução técnica destinada a resolver as vulnerabilidades do modelo clássico, especificamente a exposição do cristal de hesalite e do bisel externo a impactos. Com a sua caixa em formato de 'barril' ou 'tonneau', este modelo marcou o início da estética 'Pilot Line' da Omega, abraçando o design fluido e integrado que viria a definir a relojoaria esportiva dos anos 1970. Posicionado no mercado atual como uma peça cult 'neo-vintage', o Mark II atrai colecionadores que valorizam a mecânica pura do Calibre 861, mas buscam uma presença de pulso mais substancial e distinta do onipresente Moonwatch clássico. Ele é a antítese do relógio de vestuário; é uma ferramenta instrumental brutalista, concebida para pilotos, engenheiros e entusiastas de corridas que exigem legibilidade instantânea e proteção mecânica superior.

HISTÓRIA

A história do Omega Speedmaster Mark II, referência 145.014, é intrinsecamente ligada ao desejo incessante da Omega de inovar, mesmo após ter alcançado o auge do reconhecimento com o programa Apollo. Em 1969, enquanto o Speedmaster Professional (ref. 145.012/022) cimentava seu lugar na história, os engenheiros da Omega, em Bienne, já trabalhavam no 'Projeto Alaska' e em protótipos destinados a melhorar a aerodinâmica e a durabilidade do relógio espacial para futuras missões e atividades extraveiculares prolongadas. O Mark II foi a primeira variante radical a divergir da caixa assimétrica com asas em lira que definia o Speedmaster desde 1964. O objetivo do design era proteger a coroa e os botões sem a necessidade de guardas salientes, integrando-os na própria estrutura da caixa. O resultado foi uma forma de 'vulcão' ou barril, esculpida em um bloco sólido de aço, que eliminava as asas tradicionais em favor de uma montagem de pulseira oculta, conferindo ao relógio uma silhueta contínua e futurista. Esta foi a gênese da série 'Mark', que continuaria a evoluir através dos modelos III, IV, 4.5 e V nas décadas seguintes. Tecnicamente, o Mark II introduziu o uso de cristal mineral plano em vez do acrílico (Hesalite) abobadado. A genialidade deste design residia na impressão da escala taquimétrica diretamente no lado inferior do vidro, eliminando o bisel externo de alumínio que era propenso a danos e desbotamento. No coração da máquina batia o venerável Calibre 861, o mesmo movimento de corda manual baseado na Lemania que equipava o Moonwatch da época, garantindo que, apesar da nova roupagem, a confiabilidade cronométrica permanecesse inalterada. Durante a sua produção, que durou aproximadamente até 1972/1975, o modelo foi oferecido principalmente em duas variantes de mostrador: o clássico preto, que mantinha a sobriedade do modelo espacial, e o vibrante mostrador 'Racing' (ou 'Exotic'), com pista de minutos cinza, marcadores laranjas e ponteiros vermelhos. Esta versão Racing é hoje extremamente cobiçada, refletindo a estética psicodélica e automobilística dos anos 70. Embora o Mark II nunca tenha sido oficialmente adotado pela NASA para missões lunares como seu irmão mais velho, ele solidificou o compromisso da Omega com a evolução técnica. Por anos, foi considerado o 'patinho feio' da família Speedmaster, ignorado por puristas. No entanto, nas últimas duas décadas, ocorreu uma reavaliação crítica do modelo. Colecionadores começaram a apreciar sua construção robusta e o design tipicamente setentista. A importância do modelo foi tamanha que a Omega o reeditou em 2014 com um movimento Co-Axial moderno, validando o 145.014 original como um pilar fundamental no panteão da horologia esportiva.

CURIOSIDADES

O Mark II foi o primeiro Speedmaster a não utilizar o cristal de Hesalite, optando pelo vidro mineral para maior resistência a riscos. A escala do taquímetro não está no mostrador nem em um bisel externo, mas sim impressa na face interna do cristal, criando um efeito de profundidade único e protegendo a escala do desgaste. A variante de mostrador 'Racing' (cinza, laranja e borgonha) compartilha elementos de design com protótipos ultra-raros desenvolvidos para o Projeto Alaska da NASA, visando melhor legibilidade em ambientes de luz extrema. Devido ao acabamento 'sunburst' (raios de sol) extremamente complexo na caixa em formato de barril, é notoriamente difícil para relojoeiros restaurarem a caixa do Mark II sem o maquinário específico da Omega em Bienne; caixas polidas incorretamente perdem drasticamente o valor. O relógio aparece no filme 'The Corruptor' (1999) no pulso de Chow Yun-Fat, destacando sua estética agressiva. Ao contrário do Moonwatch clássico, o Mark II vintage tem uma resistência à água teórica superior, devido à sua construção de caixa mais massiva e vidro mineral vedado. Embora seja um cronógrafo manual, o peso da caixa de aço maciço faz com que ele pareça substancialmente mais pesado no pulso do que o Speedmaster Professional contemporâneo.

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