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Audemars Piguet Calibre 2120 - O Lendário Movimento da 'Santíssima Trindade' que Quebrou Recordes de Espessura em 1967


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Desenvolvido em 1967, foi o movimento automático mais fino do mundo com 2.45 mm de espessura, apresentando um rotor central em ouro, estabelecendo um recorde de finura para a época.

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RESUMO

O Audemars Piguet Calibre 2120 não é apenas um mecanismo de relógio; é considerado por muitos eruditos e colecionadores como o movimento automático de rotor central mais requintado, elegante e tecnicamente impressionante já produzido na história da alta relojoaria suíça. Lançado em 1967, no auge de uma era dourada de inovação mecânica, este calibre estabeleceu um padrão inigualável de magreza com apenas 2.45 mm de altura, uma proeza de engenharia que permaneceu como referência por décadas. Originalmente concebido para alimentar relógios de vestimenta ultra-finos, o destino do 2120 foi ironicamente selado ao tornar-se o coração pulsante dos primeiros relógios esportivos de luxo, incluindo o icônico Royal Oak. A sua filosofia de design prioriza a estabilidade e a beleza estética em detrimento da facilidade de produção industrial, apresentando acabamentos manuais obsessivos e um sistema de rotor suspenso único. Para o colecionador sério, o Calibre 2120 representa o ápice do 'savoir-faire' do Vallée de Joux, servindo como o elo mecânico que une as três grandes casas da relojoaria: Audemars Piguet, Patek Philippe e Vacheron Constantin.

HISTÓRIA

A história do Calibre 2120 é, fundamentalmente, a história da colaboração mais prestigiosa da relojoaria moderna. Em meados da década de 1960, a indústria enfrentava a necessidade de criar movimentos automáticos que fossem simultaneamente robustos e excepcionalmente finos para se adaptarem à moda de relógios elegantes da época. O projeto foi iniciado pela Jaeger-LeCoultre (sob a designação JLC 920) com o apoio financeiro e técnico da Audemars Piguet, Vacheron Constantin e Patek Philippe. Lançado oficialmente em 1967, o resultado foi uma maravilha da microengenharia. Com apenas 2.45 mm de espessura, o Calibre 2120 (designação da AP) ostentava soluções técnicas engenhosas para mitigar os problemas comuns aos movimentos ultra-finos. A inovação mais notável foi o sistema de suporte do rotor. Em vez de depender apenas de um eixo central frágil, a massa oscilante de ouro 21k possuía um peso periférico que corria sobre um anel de berílio, apoiado por quatro roletes de rubi verticais. Isso garantia que, mesmo em caso de choque, o rotor não tocasse nas pontes do movimento, mantendo a eficiência do enrolamento e a integridade estrutural. Embora o movimento tenha nascido para relógios sociais discretos, ele encontrou sua fama eterna em 1972, quando a Audemars Piguet o modificou (adicionando a data para criar o Calibre 2121) e o instalou dentro do revolucionário Royal Oak 'Jumbo' Ref. 5402 desenhado por Gérald Genta. A magreza do 2120/2121 foi o fator crítico que permitiu ao Royal Oak ter um perfil tão elegante apesar de seu diâmetro largo. Ao longo de mais de 50 anos de produção, o movimento viu evoluções sutis nos materiais e acabamentos, mas sua arquitetura fundamental permaneceu intocada, um testemunho de sua perfeição original. A Audemars Piguet adquiriu posteriormente os direitos exclusivos de produção deste calibre da JLC, tornando-o uma assinatura inconfundível da marca até sua recente substituição nos modelos de aniversário em 2022.

CURIOSIDADES

O 'Calibre da Santíssima Trindade': É o único movimento na história a ter sido utilizado simultaneamente pelas três grandes casas: Audemars Piguet (Cal. 2120/2121), Patek Philippe (Cal. 28-255) e Vacheron Constantin (Cal. 1120). Paradoxo da Jaeger-LeCoultre: Embora a JLC tenha projetado e fabricado o movimento base (JLC 920), a marca nunca utilizou este calibre em seus próprios relógios, produzindo-o exclusivamente para seus clientes de alto prestígio. A Frequência Incomum: O movimento opera a 19.800 vph (2.75 Hz), uma frequência rara e específica que muitos relojoeiros afirmam contribuir para a longevidade das peças devido ao menor desgaste, mantendo uma precisão excepcional. O Segredo da Magreza: O canhão das horas não é acionado diretamente pelo barrilete central da maneira convencional, uma modificação arquitetônica complexa necessária para economizar frações de milímetros na altura. Som Inconfundível: Devido ao sistema de trilhos de berílio e roletes de rubi, o enrolamento do rotor produz um som suave e distinto, muito apreciado pelos conhecedores como a 'assinatura sonora' da qualidade AP. Valor de Leilão: Relógios equipados com este calibre, especialmente os primeiros Royal Oak 'A-Series' e o Patek Philippe Nautilus 3700, comandam preços astronômicos em leilões, frequentemente ultrapassando centenas de milhares de dólares.

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