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Omega Speedmaster Professional Mark III - O Pioneiro Automático e a Estética Brutalista da Era Espacial


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O primeiro cronógrafo Speedmaster automático, apresentando o calibre 1040 (base Lemania 1340) e um design de caixa distinto, marcando uma evolução importante na linha Speedmaster.

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RESUMO

O Omega Speedmaster Professional Mark III, referência ST 176.002, representa um divisor de águas tectónico na ilustre história da manufatura de Bienne. Lançado no alvorecer da década de 1970, este modelo não foi apenas uma atualização estética, mas uma revolução mecânica, ostentando o título de primeiro cronógrafo automático da família Speedmaster. Enquanto o seu antecessor, o 'Moonwatch', desfrutava da glória lunar com o seu calibre de corda manual, o Mark III foi concebido para o futuro, abraçando a filosofia de design vanguardista e robusto que definiria a relojoaria desportiva daquela década. Destinado a um público que exigia funcionalidade profissional aliada a uma presença de pulso inegável, o Mark III abandonou as linhas clássicas e as asas em forma de lira por uma caixa maciça, frequentemente referida como 'Pilot's Case', partilhada com o lendário Flightmaster. A sua posição no mercado atual é a de um ícone 'cult': uma peça polarizadora que oferece uma janela para uma era de experimentação desenfreada. Para o colecionador sofisticado, o Mark III transcende a mera cronometragem; é uma escultura de aço brutalista que encapsula a transição da Omega da herança espacial dos anos 60 para a modernidade automatizada e tecnocrática dos anos 70.

HISTÓRIA

A história do Omega Speedmaster Mark III, especificamente a referência ST 176.002, é a narrativa de uma marca destemida, disposta a romper com a sua própria tradição sagrada em nome do progresso técnico. Lançado em 1971, o Mark III surgiu num contexto de intensa competição horológica. A corrida para criar o primeiro cronógrafo automático tinha terminado em 1969, e a Omega, embora atrasada nessa partida específica em relação à Heuer/Breitling/Hamilton e à Zenith, respondeu com uma força avassaladora através da sua parceria histórica com a Lemania. O coração deste modelo, o Calibre 1040, foi o primeiro movimento cronógrafo automático alguma vez utilizado pela Omega. Desenvolvido por Raoul-Henri Erard da Lemania, este mecanismo não era apenas uma cópia de designs existentes; era uma maravilha técnica de alta frequência (28.800 vph) que resolvia o problema da legibilidade do cronógrafo de uma forma genial. Ao invés de pequenos submostradores difíceis de ler, o Calibre 1040 apresentava um contador de minutos central — um ponteiro com uma ponta em forma de avião ou cruz que viajava concentricamente com o ponteiro dos segundos do cronógrafo. Isto permitia uma leitura instantânea e intuitiva dos minutos decorridos, uma característica inestimável para pilotos e profissionais de corrida. Esteticamente, o ST 176.002 rompeu violentamente com o passado. O Mark II já havia introduzido a caixa 'tonneau', mas o Mark III elevou o volume ao máximo. A Omega utilizou a caixa cónica maciça do Flightmaster para abrigar o movimento automático, que era significativamente mais espesso devido ao rotor e à placa de complicação adicional. Esta caixa, esculpida num bloco sólido de aço, apresentava asas ocultas (hooded lugs) e uma superfície superior vasta com acabamento 'sunburst', criando uma estética monolítica que parecia ter sido forjada para sobreviver a um impacto nuclear. O mostrador, profundamente incrustado sob o cristal mineral plano, oferecia uma profundidade tridimensional raramente vista. Ao longo da sua produção, que durou até meados da década de 1970, o modelo viu variações de mostrador, sendo o 'Deep Blue' e o clássico preto os mais cobiçados, seguidos pela versão prateada mais rara. O Mark III não foi apenas um relógio; foi o patriarca de uma linhagem de Speedmasters automáticos que evoluiriam para o Mark IV e o Mark 4.5 (com o calibre Lemania 5100). O seu legado é o de ter provado que o Speedmaster poderia ser mais do que o 'Moonwatch'; poderia ser um instrumento moderno, automático e indestrutível. Hoje, é reverenciado por colecionadores que apreciam a audácia do design dos anos 70 e a importância histórica de possuir o primeiro Speedmaster que nunca precisou de ser enrolado manualmente.

CURIOSIDADES

O Calibre 1040 detém o recorde de ser o primeiro cronógrafo automático do mundo a operar a 28.800 vibrações por hora, superando a frequência dos primeiros El Primero e Calibre 11 em termos de robustez industrial inicial. Este modelo partilha exatamente a mesma caixa (referência 166.090) que o famoso Omega Flightmaster de segunda geração, o que leva a que muitas vezes sejam confundidos à distância, embora o Flightmaster tenha coroas adicionais para o fuso horário e luneta interna. O ponteiro dos minutos do cronógrafo central é muitas vezes apelidado de 'Airplane Hand' ou 'Jet Hand' devido à sua ponta laranja em forma de cruz ou avião, desenhada para máxima visibilidade. Curiosamente, o rotor do Calibre 1040 é montado em rolamentos de esferas, uma inovação avançada para a época que reduzia o desgaste e aumentava a eficiência do enrolamento em comparação com os sistemas de pino. Apesar de ser um 'Speedmaster', muitos fundos de caixa do Mark III ostentam o Hipocampo e a inscrição 'Seamaster', uma idiossincrasia comum na Omega daquela era, indicando a sua superior resistência à água em comparação com o Moonwatch padrão. Este modelo é notoriamente pesado e alto no pulso, sendo carinhosamente chamado de 'Darth Vader' por alguns colecionadores devido à sua presença imponente (embora o apelido seja mais formalmente associado a um cronógrafo Seamaster específico em cerâmica/tungsténio). O Mark III foi um dos primeiros relógios da Omega a usar vidro mineral plano quimicamente endurecido em vez de acrílico (Hesalite), sinalizando uma mudança em direção a materiais mais modernos e resistentes a riscos para o uso diário.

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