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Breguet Reine de Naples Ref. 8900 – A Redefinição da Alta Relojoaria Feminina e o Tributo ao Primeiro Relógio de Pulso da História


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Introdução da coleção Reine de Naples, uma linha exclusivamente feminina inspirada no primeiro relógio de pulso do mundo, o No. 2639, criado para Caroline Murat. O Ref. 8900 foi um dos modelos fundadores desta coleção, distinguido pela sua caixa oval e elegância.

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RESUMO

O lançamento do Breguet Reine de Naples Ref. 8900 em 2002 não marcou apenas a introdução de uma nova referência, mas sim um momento decisivo na história da relojoaria moderna: o renascimento do primeiro relógio de pulso documentado do mundo. Posicionado no topo absoluto do luxo feminino, o Ref. 8900 foi concebido sob a liderança visionária de Nicolas G. Hayek para preencher uma lacuna existencial no mercado: a ausência de relógios mecânicos femininos com verdadeira substância horológica e design autêntico, que não fossem meras reduções de modelos masculinos. O seu design ovoide inconfundível, a coroa posicionada às 4 horas e a fixação única da pulseira desafiaram as convenções da época, estabelecendo-se imediatamente como um ícone de 'relógio de forma'. Destinado a uma clientela de elite que valoriza tanto a alta joalheria quanto a complexidade mecânica, o Reine de Naples transcende a função de marcar o tempo, atuando como uma peça de joalheria cinética que evoca a aristocracia napoleônica. A sua filosofia de design baseia-se na elegância neoclássica e na legitimidade histórica, provando que um relógio feminino pode ser tecnicamente sofisticado, artisticamente complexo e esteticamente deslumbrante sem compromissos.

HISTÓRIA

A história do Breguet Reine de Naples Ref. 8900 é, na verdade, uma ponte que conecta dois séculos distantes: o apogeu do Império Napoleônico e o renascimento da manufatura Breguet no início do milênio. Para compreender a gravidade do lançamento de 2002, é imperativo revisitar 1810. Naquele ano, Caroline Murat, Rainha de Nápoles e irmã de Napoleão Bonaparte — uma das clientes mais prolíficas de Abraham-Louis Breguet — encomendou uma peça revolucionária descrita nos arquivos da Quai de l'Horloge como um 'repetidor de forma oblonga para pulseira'. Entregue em 1812 sob o número 2639, este é amplamente considerado pelos historiadores como o primeiro relógio de pulso da história, precedendo em décadas as reivindicações de outras marcas. Infelizmente, o relógio original desapareceu em 1855, deixando apenas descrições técnicas nos livros de registro. Quase duzentos anos depois, em 2002, a Breguet, agora sob a égide do Swatch Group e a paixão pessoal de Nicolas G. Hayek, decidiu não apenas homenagear, mas reinterpretar essa lenda. O lançamento da coleção Reine de Naples, com o Ref. 8900 servindo como um dos pilares fundadores, foi um movimento audacioso. O mercado de relógios femininos no início dos anos 2000 era dominado por movimentos de quartzo e designs derivados. O Ref. 8900 quebrou esse paradigma ao oferecer uma caixa oval distintiva que não tentava ser masculina. A equipe de design estudou os registros de 1810, mas, na ausência do relógio físico, imaginou uma estética contemporânea que mantivesse o DNA de Breguet: a carrure canelada, os ponteiros pomme e, crucialmente, os mostradores de ouro guilhochados à mão. O Ref. 8900 e seus irmãos de lançamento (como o 8908 com fases da lua) introduziram inovações ergonômicas específicas. A coroa foi deslocada para a posição das 4 horas, não apenas por estética, mas para garantir que não ferisse o pulso ou danificasse as unhas da usuária ao dar corda. A fixação da pulseira é outra assinatura técnica: enquanto a parte superior utiliza alças tradicionais, a parte inferior conecta-se à caixa através de uma estrutura esférica única, permitindo que o relógio oval se adapte confortavelmente a pulsos de diferentes tamanhos. Ao longo das décadas seguintes, a plataforma 8900 evoluiu para abrigar algumas das complicações mais poéticas da marca, incluindo sonneries e indicadores dia/noite, mas o modelo de 2002 permanece o 'Gênesis'. Ele solidificou a posição da Breguet como uma marca que respeita a mulher colecionadora, oferecendo-lhe a mesma excelência mecânica reservada aos seus turbilhões masculinos. O sucesso do Reine de Naples forçou outras marcas de 'Haute Horlogerie' a reconsiderarem suas estratégias femininas, iniciando uma nova era de mecânica complexa para mulheres.

CURIOSIDADES

O paradeiro do relógio original No. 2639 de Caroline Murat permanece um dos maiores mistérios da relojoaria; se encontrado, seria inestimável. A coleção Reine de Naples é uma das poucas linhas na indústria relojoeira onde o modelo feminino é o design original, e não uma adaptação de um modelo masculino. O mostrador do Ref. 8900 é feito de uma placa de ouro maciço, que é prateada e depois trabalhada em tornos de guilloché manuais centenários. A estrutura esférica inferior onde a pulseira se fixa é muitas vezes cravejada com um diamante ou pedra preciosa, um detalhe discreto conhecido apenas pela portadora. Caroline Murat comprou mais de 30 relógios e pêndulos de Abraham-Louis Breguet durante sua vida, superando monarcas masculinos da época em volume de compras. O formato oval do relógio é tecnicamente mais difícil de vedar contra água do que caixas redondas, exigindo juntas de tensão personalizadas. Nos círculos de colecionadores, o Reine de Naples é frequentemente citado como 'A Rainha', sendo o relógio de forma mais reconhecível do século XXI.

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