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Patek Philippe No. 97 975 - O 'Primeiro' Absoluto: A Gênese do Relógio de Pulso com Calendário Perpétuo (1925)


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Considerado o primeiro relógio de pulso com calendário perpétuo do mundo, esta peça única adaptou um movimento de relógio de bolso, sendo pioneira na integração de complexos mecanismos de calendário em um formato usável.

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RESUMO

O Patek Philippe No. 97 975 não é apenas um relógio; é considerado o 'Marco Zero' na linhagem dos relógios de pulso com grandes complicações. Criado num momento de transição crucial para a horologia, em 1925, esta peça única representa a audaciosa decisão da Patek Philippe de migrar a mais nobre das complicações — o calendário perpétuo — dos bolsos dos cavalheiros para os seus pulsos. Historicamente posicionado como o primeiro relógio de pulso com calendário perpétuo já feito, ele não foi concebido como uma linha de produção, mas surgiu da adaptação de um movimento de relógio pendente feminino do final do século XIX. Sua existência definiu o padrão de excelência pelo qual a manufatura genebrina seria conhecida no século seguinte: a capacidade de miniaturizar a engenharia mecânica complexa sem sacrificar a precisão ou a elegância estética. Hoje, residindo no Patek Philippe Museum, esta peça serve como a pedra angular sagrada para colecionadores e historiadores, simbolizando o nascimento da alta relojoaria moderna vestível e estabelecendo o DNA para lendas subsequentes como as referências 1526 e 1518.

HISTÓRIA

A história do Patek Philippe No. 97 975 é uma narrativa fascinante de inovação, paciência e adaptação, servindo como o elo perdido entre a relojoaria de bolso do século XIX e a era do relógio de pulso do século XX. Embora o relógio tenha sido oficialmente finalizado e vendido em 1925, sua alma mecânica nasceu muito antes. O movimento, numerado 97 975, foi originalmente manufaturado em 1898 como um calibre para um relógio pendente feminino — uma categoria que exigia miniaturização extrema, tornando-o o candidato perfeito para uma futura conversão. Durante quase três décadas, este movimento complexo permaneceu nos arquivos da Patek Philippe, aguardando o momento certo. Após a Primeira Guerra Mundial, quando a preferência social migrou irreversivelmente dos relógios de bolso para os de pulso, a Patek Philippe viu a oportunidade de realizar um feito inédito. Em 1925, os relojoeiros da manufatura recuperaram este movimento de 12 linhas, que já possuía a placa de calendário perpétuo (provavelmente desenvolvida em colaboração com Victorin Piguet), e o acondicionaram em uma caixa de ouro amarelo de 34.4mm, projetada especificamente com asas para uso no pulso. O resultado foi uma peça única, tecnicamente impressionante para a época, dado que os mecanismos de calendário perpétuo exigem um espaço considerável para as alavancas e cames que calculam os meses de 30 e 31 dias, bem como os anos bissextos. O design do mostrador reflete a transição estética da época: o uso de esmalte 'Grand Feu' com o 'Red 12' é uma homenagem direta aos relógios de bolso clássicos, enquanto a disposição dos submostradores estabeleceu a linguagem visual que a Patek usaria por décadas. Curiosamente, este modelo não possui indicadores de ano bissexto no mostrador, uma característica que só se tornaria padrão muito mais tarde. O relógio foi vendido em 13 de outubro de 1927 para o Sr. Thomas Emery, um colecionador americano perspicaz, por 10.000 francos suíços — uma fortuna na época. A importância deste modelo transcende sua mecânica; ele provou que 'Grandes Complicações' poderiam ser usadas no pulso, desafiando o ceticismo da indústria. Ele pavimentou o caminho para o lançamento, em 1941, da Referência 1526, o primeiro relógio de pulso com calendário perpétuo produzido em série no mundo. Sem o sucesso experimental e a audácia do No. 97 975 de 1925, a dinastia de calendários perpétuos da Patek Philippe — hoje o pilar central de sua reputação — poderia ter tido um início muito diferente.

CURIOSIDADES

Peça Única de Museu: O relógio não está em circulação no mercado; ele pertence ao acervo permanente do Patek Philippe Museum em Genebra (Inv. P-72), tendo sido readquirido pela marca para preservar seu patrimônio. O Mistério do Movimento: Embora finalizado como relógio de pulso em 1925, o movimento data de 1898, o que significa que a tecnologia mecânica dentro dele é puramente do século XIX. Ausência do Ano Bissexto: Diferente dos calendários perpétuos modernos, o mostrador não indica o ciclo do ano bissexto, embora o mecanismo interno o calcule perfeitamente. O 'Red 12': A marcação das 12 horas em vermelho era uma característica comum em relógios de transição (início do séc. XX) para ajudar na orientação visual rápida quando os relógios migraram do bolso (onde o 12 fica na coroa) para o pulso. Segundos Centrais: A inclusão de segundos centrais era extremamente rara para movimentos complexos daquela época, tornando a engenharia deste calibre ainda mais notável. Preço Original: Vendido por 10.000 francos suíços em 1927, um valor que competia com o preço de imóveis de luxo na época.

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