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Blancpain Chronograph Ref. 1185 – O Renascimento da Cronografia Clássica e a Estreia do Calibre Automático Mais Fino do Mundo


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Introdução do cronógrafo de pulso Ref. 1185, apresentando o Calibre F. Piguet 1185. Este foi o movimento de cronógrafo automático mais fino do mundo na época, com embreagem vertical e roda de coluna, estabelecendo novos padrões em cronografia esportiva.

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RESUMO

Lançado em um momento crucial da história da relojoaria, 1989, o Blancpain Chronograph Ref. 1185 não foi apenas um relógio; foi uma declaração de princípios. Numa era em que a indústria ainda se recuperava da Crise do Quartzo e muitos fabricantes de luxo dependiam de movimentos utilitários ou modulares, a Blancpain, sob a liderança visionária de Jean-Claude Biver e Jacques Piguet, introduziu uma obra-prima de engenharia e elegância. Este modelo marcou a estreia comercial do lendário Calibre Frédéric Piguet 1185, um movimento que redefiniria as expectativas de um cronógrafo esportivo de luxo. Posicionado no topo da pirâmide da alta relojoaria, o Ref. 1185 foi desenhado para o cavalheiro que exigia a funcionalidade técnica de um cronômetro sem sacrificar a discrição de um relógio social 'dress watch'. Sua filosofia de design repousava na fusão entre a complexidade mecânica robusta e um perfil esbelto sem precedentes, provando que um cronógrafo automático não precisava ser volumoso ou deselegante. Ele serviu como o alicerce para a linha 'Six Masterpieces' da Blancpain, consolidando o retorno da marca como guardiã da tradição mecânica suíça.

HISTÓRIA

A história do Blancpain Chronograph Ref. 1185 é, intrinsecamente, a história do seu motor: o Calibre F. Piguet 1185. Para compreender a magnitude deste lançamento em 1989, é necessário contextualizar o cenário da relojoaria. Durante as décadas de 70 e 80, os cronógrafos automáticos eram dominados por movimentos robustos, porém espessos e utilitários, como o Valjoux 7750, ou por designs mais antigos como o Zenith El Primero. Faltava ao mercado um movimento moderno, integrado, fino e refinado o suficiente para habitar as caixas de relógios de ouro ultra-elegantes da 'Haute Horlogerie'. Foi então que a manufatura Frédéric Piguet (na época intimamente ligada à Blancpain e posteriormente absorvida pelo Grupo Swatch como Blancpain Manufacture) desenvolveu o Calibre 1185. Com apenas 5,5 mm de espessura, ele se tornou o cronógrafo automático mais fino do mundo, um recorde que manteve por décadas. No entanto, a espessura não era seu único trunfo. O movimento introduziu uma combinação técnica que se tornaria o padrão-ouro para cronógrafos de prestígio: a roda de colunas (para uma operação precisa dos botões) aliada a uma embreagem vertical (vertical clutch). Diferente da embreagem lateral tradicional, a embreagem vertical permitia que o ponteiro do cronógrafo iniciasse a marcha instantaneamente sem o infame 'salto' ou trepidação inicial, além de permitir o funcionamento contínuo do cronógrafo sem desgaste excessivo. O relógio Blancpain que abrigou este movimento em 1989 personificava a filosofia de Jean-Claude Biver de que a mecânica tradicional era a verdadeira arte. Esteticamente, o modelo seguia os códigos da linha Villeret, com sua luneta de duplo degrau característica e mostrador limpo, desafiando a estética volumosa dos relógios esportivos da época. Ele provou que a complicação esportiva poderia vestir um smoking. Ao longo dos anos, este modelo e seu calibre serviram de base para a evolução da linha Léman e, crucialmente, o movimento foi fornecido para a 'Santíssima Trindade' da relojoaria (Audemars Piguet, Vacheron Constantin e, ocasionalmente, Patek Philippe em bases modificadas), além de equipar o icônico Omega Speedmaster em versões de luxo. Para o colecionador, o Blancpain Ref. 1185 de 1989 representa o 'Ponto Zero' do cronógrafo moderno de luxo, o momento em que a sofisticação técnica encontrou a elegância vestível, salvando a complicação de um destino puramente utilitário.

CURIOSIDADES

O Calibre 1185 é frequentemente citado por relojoeiros como um dos melhores movimentos de cronógrafo já produzidos, servindo de base para o Audemars Piguet Royal Oak Chronograph e o Vacheron Constantin Overseas Chronograph por mais de duas décadas. Graças à sua embreagem vertical, o ponteiro dos segundos do cronógrafo pode ser deixado em funcionamento contínuo para atuar como um ponteiro de segundos central normal (sweep seconds) sem causar danos significativos ao mecanismo. Na época do lançamento, a publicidade da Blancpain focava agressivamente na complexidade do movimento, utilizando o slogan 'Desde 1735, nunca houve um relógio de quartzo Blancpain. E nunca haverá', posicionando o 1185 como um baluarte contra a tecnologia digital. Embora lançado originalmente como um cronógrafo clássico, a arquitetura do 1185 era tão robusta que permitiu à Blancpain criar a primeira versão 'Flyback' (Retour-en-vol) feminina do mundo anos mais tarde. O acabamento do movimento, mesmo nas versões com fundo fechado da década de 80, apresentava decoração 'Côtes de Genève' e 'Anglage' de alto nível, um segredo guardado apenas para o relojoeiro que o abrisse para manutenção. Uma versão específica derivada deste projeto foi utilizada no famoso Blancpain Léman Flyback, um relógio que ganhou notoriedade por ser usado por Vladimir Putin em diversas ocasiões públicas.

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