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Blancpain 1735 Grande Complication - A Magnum Opus da Renascença Mecânica e o Relógio Automático Mais Complexo do Século XX


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Apresentado em 1991, este relógio de pulso é uma das mais complexas Grandes Complicações da relojoaria moderna. O Calibre 1735 combinava um turbilhão de um minuto, calendário perpétuo com fases da lua, cronógrafo de fração de segundo co-axial e repetidor de minutos. Foram produzidas apenas 30 peças entre 1991 e 2009.

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RESUMO

O Blancpain 1735 Grande Complication não é apenas um instrumento de medição de tempo; é um monumento à persistência da relojoaria tradicional em uma era dominada pela tecnologia digital. Lançado em 1991, este relógio serviu como o 'golpe de misericórdia' simbólico da Blancpain contra a Crise do Quartzo, reafirmando a supremacia da mecânica artesanal. Posicionado no ápice absoluto da pirâmide de colecionismo, o 1735 foi desenhado para uma elite restrita de conhecedores, realeza e magnatas da indústria, ostentando um preço de varejo que rivalizava com imóveis de luxo na época. Sua filosofia de design é enganosamente discreta; alojado na clássica caixa 'double-stepped' (duplo degrau) da linha Villeret, ele esconde sob uma estética conservadora uma densidade mecânica avassaladora. Ao reunir as seis obras-primas clássicas da relojoaria em um único movimento automático ultra-fino, a Blancpain não apenas criou um relógio, mas sim um manifesto técnico que declarou que a arte da relojoaria manual não estava morta, mas sim entrando em sua era de ouro. É, sem dúvida, um dos 'Grails' mais significativos da história moderna, representando o ponto culminante da visão de Jean-Claude Biver e da maestria técnica da manufatura Frédéric Piguet.

HISTÓRIA

A gênese do Blancpain 1735 Grande Complication remonta aos dias mais sombrios e, paradoxalmente, mais inspiradores da relojoaria suíça. No início dos anos 1980, quando Jean-Claude Biver e Jacques Piguet adquiriram o nome Blancpain, a indústria estava dizimada pelo quartzo. A estratégia da dupla foi audaciosa: em vez de competir com a eletrônica, eles dobrariam a aposta na tradição, lançando o slogan 'Desde 1735 nunca houve um relógio de quartzo Blancpain. E nunca haverá'. Ao longo da década de 1980, a Blancpain lançou sistematicamente o que chamou de 'As Seis Obras-Primas' da arte relojoeira, cada uma focada em uma complicação específica: o ultraplano, a fase da lua, o calendário perpétuo, o cronógrafo rattrapante, o turbilhão e o repetidor de minutos. O modelo 1735, apresentado triunfalmente em 1991, foi a culminação hercúlea desse projeto: a fusão de todas essas seis complicações anteriores em um único relógio de pulso. Foi um feito de engenharia que muitos consideravam impossível, especialmente considerando que o movimento era de corda automática, adicionando uma camada extra de complexidade a um calibre já denso. O desenvolvimento levou seis anos de pesquisa e desenvolvimento intensivos. A produção foi estritamente limitada a uma série total de 30 peças, fabricadas ao longo de quase duas décadas (de 1991 a 2009). A montagem de cada exemplar era confiada a um único mestre relojoeiro do início ao fim, um processo que levava um ano inteiro de trabalho meticuloso. Não havia linha de montagem; apenas a bancada de um artesão em Le Brassus. O 1735 não sofreu alterações estéticas significativas durante sua produção, mantendo a pureza do design Villeret, embora pequenas variações nos rotores e na tipografia dos mostradores possam ser observadas por olhos treinados. Sua importância histórica é imensurável; ele deteve o título de relógio de pulso automático mais complicado do mundo por muitos anos e serviu como a bandeira sob a qual a Alta Relojoaria Suíça marchou de volta à relevância global. Para o colecionador, possuir um 1735 não é apenas ter um relógio complexo, é possuir o capítulo final da ressurreição da Blancpain.

CURIOSIDADES

O Calibre 1735 possui incríveis 740 componentes, muitos dos quais são mais finos que um fio de cabelo humano. Devido à complexidade extrema, a produção era limitada a apenas duas peças por ano, tornando-o mais raro que a maioria das edições limitadas modernas. Vladimir Putin é frequentemente citado como um dos proprietários deste modelo, tendo sido fotografado usando um exemplar em diversas ocasiões. Quando lançado, era o relógio de pulso mais caro do mundo em produção regular, com um preço que ultrapassava $800.000 USD (chegando a $1 milhão no final da produção). Os ponteiros do cronógrafo Rattrapante (split-seconds) permitem cronometrar dois eventos que começam juntos mas terminam em tempos diferentes, uma das complicações mecânicas mais difíceis de calibrar. A caixa de apresentação do 1735 era frequentemente um gabinete de madeira nobre com um 'watch winder' (movimentador) embutido, necessário para manter o calendário perpétuo ajustado. Para ajustar todas as funções do calendário perpétuo e da fase da lua, o relógio vinha com uma ferramenta corretora especial em ouro e platina.

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