RESUMO
O Omega Speedmaster Dark Side of the Moon Apollo 8 representa uma fusão magistral entre a herança espacial inigualável da Omega e a vanguarda da ciência dos materiais moderna. Lançado para comemorar o 50º aniversário da missão Apollo 8 — a primeira vez que humanos orbitaram a Lua e vislumbraram o seu hemisfério oculto —, este relógio distingue-se drasticamente dos seus irmãos da coleção 'Dark Side' por dispensar o movimento automático em favor de um calibre de corda manual, o 1869. Esta escolha não é meramente nostálgica; ela serve para conectar o usuário diretamente à experiência tátil dos astronautas de 1968, mantendo o perfil da caixa mais esbelto e elegante. Posicionado no mercado como uma peça de colecionador que transcende o utilitarismo, ele atrai tanto os puristas do 'Moonwatch' clássico quanto os entusiastas de materiais exóticos como a cerâmica de óxido de zircônio. A sua estética é agressiva e técnica, dominada por uma esqueletização que revela pontes do movimento tratadas a laser para mimetizar a superfície lunar. Não é um relógio de mergulho nem puramente social; é um cronógrafo desportivo de luxo que conta uma história, projetado para aqueles que apreciam a interseção entre a engenharia de precisão e a história da exploração humana.
HISTÓRIA
A história da referência 311.92.44.30.01.001 é intrinsecamente dupla: ela narra a evolução técnica da coleção Speedmaster e homenageia um dos momentos mais poéticos da exploração espacial. Em dezembro de 1968, a tripulação da Apollo 8 tornou-se a primeira a deixar a órbita terrestre baixa, a primeira a ver a Terra como um todo, e a primeira a testemunhar o lado oculto da Lua. No pulso dos astronautas estava o Speedmaster Professional original.
Quando a Omega introduziu a coleção 'Dark Side of the Moon' em 2013, o fez utilizando caixas de cerâmica preta maciça (óxido de zircônio) equipadas com o calibre automático 9300. Embora tecnicamente brilhantes, estes relógios eram espessos e rompiam com a tradição de corda manual do 'Moonwatch'. Em 2018, para o jubileu de ouro da missão Apollo 8, a Omega decidiu criar um híbrido perfeito. Eles mantiveram a arquitetura moderna da caixa de cerâmica de 44.25mm, mas removeram o volumoso movimento automático. Em seu lugar, instalaram uma versão altamente modificada do venerável Calibre 1861 — o motor que impulsionou o Speedmaster por décadas.
Este novo movimento, batizado de Calibre 1869, foi uma revolução estética. A Omega utilizou ablação a laser precisa para decorar as pontes e a platina principal com uma representação realista da superfície lunar. O conceito é genial: o lado do mostrador (frente) mostra a superfície da Lua como vista da Terra (o lado iluminado), enquanto o fundo da caixa revela o lado escuro, que apenas os astronautas viram.
A escolha das cores também reflete a história da marca. Os detalhes em amarelo vibrante (nos ponteiros do cronógrafo, na escala taquimétrica e na costura da pulseira) não são aleatórios; eles evocam o Speedmaster Racing de 1968, conectando a precisão espacial à precisão automobilística. Diferentemente de outras variações do 'Dark Side', o Apollo 8 não é apenas uma mudança de cor; é uma reengenharia do propósito do relógio. Ele reduziu a espessura da caixa em cerca de 2.5mm em comparação com os modelos automáticos, oferecendo uma usabilidade superior.
No panorama da relojoaria, este modelo (antes de sua atualização para o calibre Master Chronometer em 2024) consolidou-se como um clássico moderno instantâneo. Ele provou que a Omega poderia inovar radicalmente nos materiais sem desrespeitar a linhagem mecânica sagrada do Moonwatch original, servindo como uma ponte entre o colecionador purista e o consumidor contemporâneo.
CURIOSIDADES
A gravura 'WE'LL SEE YOU ON THE OTHER SIDE' no fundo da caixa é uma citação direta do piloto do Módulo de Comando Jim Lovell, dita pouco antes de a Apollo 8 perder contato de rádio com a Terra ao passar para o lado oculto da lua.
Este foi o primeiro relógio da coleção 'Dark Side of the Moon' a apresentar um movimento de corda manual, tornando-o significativamente mais fino que seus predecessores automáticos.
O mostrador é, na verdade, parte integrante do movimento; a platina principal foi esqueletizada para atuar como o rosto do relógio, exigindo um acabamento impecável em componentes que normalmente ficariam ocultos.
Os detalhes em amarelo são uma referência direta ao Speedmaster Ref. 145.012 'Racing' de 1968, criando um paralelo histórico duplo com o ano da missão Apollo 8.
A pulseira híbrida é única: feita de couro preto perfurado para estética clássica, mas com um interior de borracha amarela vulcanizada, garantindo que o couro não entre em contato direto com o suor, aumentando a durabilidade.
Ao contrário da maioria dos relógios 'pretos' do mercado que usam revestimento PVD ou DLC (que pode riscar e revelar o metal abaixo), a caixa deste Omega é cerâmica sólida; se riscada (o que é difícil), a cor interna permanece preta.