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Rolex GMT-Master II Ref. 116718LN - O marco zero da Era Cerachrom e a redefinição da durabilidade no luxo moderno


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A Rolex desenvolveu e patenteou a luneta Cerachrom. Feita de um material cerâmico extremamente duro, é praticamente imune a arranhões, resistente à corrosão e aos raios UV, garantindo a permanência da cor e do brilho. Foi introduzida no GMT-Master II.

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RESUMO

O ano de 2005 marcou um ponto de inflexão sísmico na cronologia da Rolex com o lançamento da Referência 116718LN, modelo que introduziu ao mundo a inserção de luneta Cerachrom. Este lançamento não representou apenas uma atualização estética para celebrar o 50º aniversário do lendário GMT-Master, mas sim uma revolução na ciência dos materiais aplicada à relojoaria. Posicionado no ápice da pirâmide de relógios de ferramenta de luxo, este modelo foi direcionado a um público que exigia a robustez técnica de um instrumento profissional aliada à perenidade de uma joia inalterável. A filosofia de design por trás da introdução do Cerachrom foi resolver o 'calcanhar de Aquiles' das referências vintage: as inserções de alumínio que, embora charmosas, eram propensas a desbotamento por raios UV e riscos profundos. Ao substituir o alumínio por uma cerâmica policristalina de alta tecnologia, a Rolex garantiu que a face do relógio permanecesse imaculada por décadas, efetivamente parando o tempo no que tange ao desgaste estético. O impacto visual da cerâmica, com seu brilho vítreo profundo e numeralidade preenchida a ouro, elevou instantaneamente a percepção de prestígio da marca, sinalizando a transição da Rolex de fabricante de ferramentas utilitárias para a criadora de ícones de luxo indestrutíveis.

HISTÓRIA

A gênese da luneta Cerachrom em 2005, através do GMT-Master II Ref. 116718LN, é um dos capítulos mais importantes na história moderna da Rolex. Para compreender a magnitude deste lançamento, é necessário olhar para as décadas anteriores. Desde a introdução do GMT-Master original em 1955 para a Pan Am, e posteriormente do Submariner, a Rolex utilizava inserções de alumínio anodizado. Embora funcionais, estes componentes eram vulneráveis; o sol tropical desbotava o preto para cinza ou o vermelho para rosa, e o uso diário acumulava arranhões que expunham o metal base. A Rolex, em sua busca perpétua pela perfeição duradoura, iniciou um projeto de R&D massivo para criar um material que fosse virtualmente imune às intempéries do ambiente. O resultado foi o Cerachrom (uma amálgama de 'cerâmica' e 'cromo' do grego para cor). O processo de fabricação é uma proeza de engenharia química: utiliza-se pó de óxido de zircônio misturado com pigmentos minerais, aglutinado e aquecido a temperaturas superiores a 1.500°C. O resultado é uma cerâmica de dureza extrema, superada apenas pelo diamante, tornando-a impossível de riscar em condições normais e totalmente inerte à radiação ultravioleta. Contudo, a inovação não parou no material base. O maior desafio era a legibilidade. A Rolex desenvolveu uma técnica patenteada onde os numerais são moldados na cerâmica antes da sinterização e, posteriormente, toda a peça é coberta com uma fina camada de ouro amarelo (ou platina, nos modelos de aço) via PVD (Deposição Física de Vapor). Um polimento final remove o metal da superfície da cerâmica, deixando-o apenas no recesso dos números, criando um contraste luxuoso e legível que define a face moderna da Rolex. A introdução do Cerachrom em 2005 exigiu também uma reformulação da caixa do relógio. Para complementar o brilho e a presença visual da nova luneta, a Rolex introduziu a 'Super Case' no GMT-Master II, caracterizada por asas (lugs) mais largas e protetores de coroa mais espessos, conferindo ao relógio de 40mm uma presença de pulso muito mais substancial. Este lançamento pavimentou o caminho para a adoção da cerâmica em toda a linha profissional, chegando ao Submariner, Sea-Dweller e Daytona nos anos subsequentes. A evolução técnica continuou com a conquista do 'impossível': a criação de lunetas Cerachrom bicolores monobloco, começando com o Preto/Azul 'Batman' em 2013 e culminando no retorno do icônico Vermelho/Azul 'Pepsi' em 2014, provando que a Rolex havia dominado completamente a alquimia das cores cerâmicas.

CURIOSIDADES

O termo 'Cerachrom' é uma marca registrada exclusiva da Rolex, combinando a palavra 'cerâmica' com o sufixo grego 'chrom', que significa cor. A dureza da luneta Cerachrom é tão elevada que, durante o processo de fabricação, as ferramentas de corte e polimento precisam ser feitas de diamante, pois ferramentas de aço tradicionais seriam destruídas. A versão de lançamento de 2005 (Ref. 116718LN) oferecia um mostrador verde exclusivo, a cor corporativa da Rolex, que rapidamente se tornou um item de colecionador cult, marcando a primeira vez que um GMT exibia tal cor. Embora a cerâmica seja à prova de riscos, ela possui uma fragilidade inerente a materiais ultra-duros: sob impacto direto e violento (como uma queda em concreto), a luneta pode estilhaçar, ao contrário do alumínio que apenas amassaria. A Rolex patenteou o processo de criação de lunetas bicolores (como a 'Pepsi'), que envolve alterar a composição química de metade da luneta cerâmica antes da sinterização final, uma proeza que muitos na indústria consideravam impossível em escala industrial. O brilho da luneta Cerachrom é tão intenso que a Rolex teve que aplicar revestimento antirreflexo na lente Cyclops pela primeira vez em 2005 para garantir que a data fosse legível sob luz forte, dado o reflexo do material circundante.

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