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Heuer Monaco Ref. 1133 'Steve McQueen' - A Lenda Quadrada que Quebrou as Regras da Relojoaria com o Calibre 11


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Lançado como parte do consórcio Chronomatic (Heuer, Breitling, Buren e Dubois Dépraz), este modelo icónico foi um dos primeiros cronógrafos automáticos do mundo, impulsionado pelo inovador Calibre 11 modular. O Monaco Ref. 1133 notabilizou-se por ser o primeiro cronógrafo automático quadrado e resistente à água da história. A sua coroa posicionada à esquerda simbolizava a desnecessidade de corda manual diária. Ganhou fama mundial no pulso de Steve McQueen no filme 'Le Mans'.

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RESUMO

O Heuer Monaco Ref. 1133 não é apenas um relógio; é um manifesto de vanguarda e audácia técnica que redefiniu a estética da relojoaria desportiva no final da década de 1960. Lançado num ano crucial para a indústria, 1969, o Monaco rompeu violentamente com a tradição dos cronógrafos redondos, apresentando uma caixa quadrada provocadora, desenhada para abrigar uma maravilha da engenharia: o Calibre 11 'Chronomatic'. Posicionado no mercado como o derradeiro instrumento para pilotos de corrida e entusiastas do automobilismo, o seu design disruptivo foi inicialmente polarizador, destinado a um público que procurava distinguir-se através da inovação e não do conservadorismo. A sua importância horológica é tripla: foi um dos primeiros cronógrafos automáticos do mundo (numa corrida feroz contra a Zenith e a Seiko), o primeiro relógio quadrado verdadeiramente impermeável e um ícone cultural imortalizado pelo 'King of Cool', Steve McQueen. A coroa posicionada à esquerda não era apenas um capricho estético, mas uma declaração funcional de que o utilizador não precisaria de dar corda manual ao relógio, graças à eficiência do seu sistema de micro-rotor. O Monaco transcendeu a sua função de cronometrista para se tornar um símbolo de rebeldia, design industrial e a era dourada do automobilismo.

HISTÓRIA

A génese do Heuer Monaco Ref. 1133 remonta a uma das corridas tecnológicas mais intensas da história da horologia: a busca pelo primeiro movimento de cronógrafo automático. Em meados da década de 1960, a Heuer uniu forças num consórcio secreto com a Breitling, a Hamilton-Buren e a Dubois Dépraz, sob o nome de código 'Projeto 99'. O resultado foi o lendário Calibre 11, uma maravilha modular que combinava um movimento base Buren de micro-rotor com um módulo de cronometragem Dubois Dépraz 8510. No entanto, Jack Heuer sabia que um movimento revolucionário exigia uma caixa igualmente revolucionária. Em 1969, a maioria dos relógios era redonda por uma razão simples: a impermeabilização. As caixas quadradas eram notoriamente difíceis de selar contra a humidade. A solução surgiu através de Erwin Piquerez, um fabricante de caixas suíço (EPSA), que propôs um sistema patenteado de tensão que utilizava quatro entalhes no fundo da caixa para comprimir o cristal e as juntas, garantindo a estanqueidade. Jack Heuer garantiu a exclusividade deste design quadrado ousado e batizou-o de 'Monaco', evocando o glamour e o perigo do Grande Prémio de F1 no principado. Quando o Monaco foi lançado simultaneamente em Genebra e Nova Iorque em 1969, a receção foi mista. O design era demasiado vanguardista, demasiado brutalista para os puristas. O mostrador, disponível no icónico azul 'Midnight Blue' (1133B) e em cinzento (1133G), apresentava contadores quadrados subsidiários e a coroa distintiva à esquerda — uma necessidade técnica devido à arquitetura do movimento, que a Heuer habilmente transformou em marketing: 'O relógio que não precisa de corda'. O destino do modelo mudou para sempre em 1970, quando Steve McQueen iniciou as filmagens de 'Le Mans'. O aderecista do filme, Don Nunley, apresentou várias opções a McQueen. O ator, procurando emular o visual do piloto suíço e embaixador da Heuer, Jo Siffert, escolheu o uniforme de corrida da marca e, crucialmente, o Monaco azul. A imagem de McQueen a apertar o fecho do seu fato de corrida com o Monaco no pulso tornou-se uma das fotografias mais famosas da cultura pop, cimentando o estatuto do 1133B como o 'Relógio McQueen'. Tecnicamente, o modelo evoluiu rapidamente. O Calibre 11 original, embora inovador, era delicado. Foi sucedido pelo Calibre 11-I e, posteriormente, pelo Calibre 12, que aumentou a frequência de 19.800 para 21.600 vibrações por hora para maior precisão e robustez. Apesar da fama, o design radical levou à sua descontinuação em meados da década de 1970, tornando as peças originais desta era extremamente raras e cobiçadas antes do relançamento da linha nas décadas seguintes. O Ref. 1133 original permanece como o 'Graal', representando o momento exato em que a Heuer desafiou todas as convenções estabelecidas.

CURIOSIDADES

O apelido 'McQueen' refere-se especificamente à variante 1133B (mostrador azul), enquanto a variante 1133G (cinza) é igualmente rara mas menos associada ao ator. O relógio real usado por Steve McQueen durante as filmagens de 'Le Mans' foi vendido num leilão da Phillips em 2020 por um valor recorde de 2,2 milhões de dólares, tornando-o o TAG Heuer mais caro de sempre. A coroa à esquerda gerou o slogan publicitário: 'Movemos a coroa para a esquerda para lembrar que este cronógrafo não precisa de corda'. Embora McQueen seja o rosto do Monaco, o piloto Jo Siffert foi o verdadeiro impulsionador da marca Heuer na F1; McQueen copiou o visual de Siffert para o filme, mas Siffert preferia usar o modelo Autavia. Existem mostradores de transição raros chamados 'Chronomatic' (onde o nome Chronomatic aparece acima do logo Heuer), que foram os primeiros lotes pré-produção comercial e são extremamente valiosos. O Monaco foi um fracasso comercial no seu lançamento inicial; o seu design era considerado demasiado agressivo para o gosto da época, só ganhando estatuto de culto décadas depois. Uma unidade do Monaco Ref. 1133B aparece proeminentemente na série 'Breaking Bad', oferecida por Jesse Pinkman a Walter White, simbolizando o perigo e o tempo a esgotar-se.

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