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Patek Philippe Ref. 1591 - O 'Santo Graal' de 1944: O Pioneirismo dos Segundos Centrais em um Calendário Perpétuo Impermeável


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Em 1944, a Patek Philippe lançou o primeiro relógio de pulso com calendário perpétuo e ponteiro de segundos central (sweep seconds), o Referência 1591, combinando funções de calendário complexas com uma exibição de segundos central.

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RESUMO

O Patek Philippe Referência 1591 não é apenas um relógio; é uma anomalia horológica de magnitude incomensurável e um dos artefatos mais significativos da história da manufatura genebrina. Produzido em 1944, em meio à turbulência da Segunda Guerra Mundial, este modelo representa um momento de ruptura tecnológica e estética. Posicionado no ápice absoluto do colecionismo de 'grails', o 1591 destina-se não ao usuário casual, mas ao curador de museus ou ao investidor visionário que compreende a raridade de sua engenharia. Sua filosofia de design foi revolucionária para a época: fundir a complexidade aristocrática de um calendário perpétuo com a utilidade pragmática e 'esportiva' de uma caixa resistente à água com ponteiro de segundos central (sweep seconds). Enquanto seus contemporâneos, como o Ref. 1526, mantinham uma estética clássica e conservadora com pequenos segundos, o 1591 ousou oferecer legibilidade imediata e robustez, antecipando em quase uma década a linhagem que culminaria no famoso Ref. 2497. É uma peça que define a transição da relojoaria de bolso adaptada para a verdadeira relojoaria de pulso técnica moderna.

HISTÓRIA

A história da Referência 1591 é envolta em mistério e reverência, constituindo um dos capítulos mais exclusivos da Patek Philippe. Lançado em 1944, este modelo surgiu em um período de intensa criatividade para a marca, que buscava miniaturizar grandes complicações para o pulso. Até aquele momento, os calendários perpétuos de série da Patek Philippe, como o pioneiro Ref. 1526 (lançado em 1941), caracterizavam-se invariavelmente pelo sub-dial de segundos às 6 horas, que circundava a janela das fases da lua. O Ref. 1591 rompeu violentamente com essa tradição. A grande inovação técnica do 1591 foi a integração de um mecanismo de segundos centrais (sweep seconds) sobre o módulo de calendário perpétuo. Esta configuração exigia uma arquitetura de movimento significativamente mais complexa e espessa, o que necessitava de uma caixa mais robusta. Para acomodar o Calibre 12 SC Q, a Patek Philippe recorreu à famosa casa de caixas Taubert & Fils (anteriormente François Borgel), conhecida por suas caixas 'impermeáveis' decagonais e rosqueadas. O resultado foi um relógio com uma presença física muito mais imponente e angular do que os seus pares de vestimenta, apresentando alças facetadas e um perfil mais alto. Historicamente, o 1591 é o 'Elo Perdido' e o progenitor direto da Referência 2497 e da 2438/1, lançadas apenas na década de 1950. Ele provou que era possível combinar a elegância de um calendário perpétuo com a legibilidade 'científica' dos segundos centrais, uma característica muitas vezes exigida por profissionais médicos e militares. A produção foi infinitesimal; os registros indicam que apenas dois movimentos foram encapados sob esta referência específica: um em ouro amarelo e um, lendário, em aço inoxidável. Este último permaneceu desconhecido do grande público por décadas até ressurgir, consolidando o 1591 não como uma linha de produção, mas como um exercício de alta relojoaria experimental que moldou o futuro da marca. O design do mostrador também merece destaque histórico. Ao contrário do classicismo sóbrio do 1526, o 1591 adotou uma estética quase militar ou esportiva, com o uso generoso de material luminescente (rádio) nos numerais e ponteiros, algo extraordinariamente raro para relógios de alta complicação da década de 1940. Esta fusão de utilidade e complexidade cimentou o status do 1591 como uma das peças mais importantes do século XX.

CURIOSIDADES

O exemplar em aço inoxidável pertenceu a um Marajá indiano, que supostamente o usava enquanto jogava polo, justificando a necessidade de uma caixa 'esportiva' e impermeável. Existem apenas dois exemplares conhecidos em todo o mundo: um em ouro amarelo 18k e um único exemplar em aço inoxidável. O modelo em aço deteve, por um tempo, o recorde mundial de relógio de aço inoxidável mais caro já vendido em leilão, alcançando mais de 2,2 milhões de francos suíços na Christie's em 2007. Devido à sua caixa Borgel rosqueada e mostrador luminoso, colecionadores frequentemente se referem a ele como o 'Calendário Perpétuo Esportivo' original, antes mesmo do conceito de relógio esportivo de luxo existir. O movimento é protegido por uma tampa interna de ferro macio, tornando-o amagnético, uma característica técnica raríssima para calendários perpétuos da época. A Referência 1591 é o único Patek Philippe vintage que combina a caixa estilo 'impermeável' da Taubert com um calendário perpétuo e segundos centrais.

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