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Vacheron Constantin Tour de l'Île: A Magnum Opus de 16 Complicações que Coroou 250 Anos de Alta Relojoaria


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Criado para o 250º aniversário da Vacheron Constantin, este relógio de pulso de edição limitada é um dos mais complicados do mundo, apresentando 16 complicações horológicas, incluindo turbilhão, repetição de minutos e calendário perpétuo.

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RESUMO

No panteão da horologia moderna, poucos relógios atingem o status mítico e quase inalcançável do Vacheron Constantin Tour de l'Île. Lançado em 2005 para comemorar o monumental 250º aniversário da manufatura — a mais antiga do mundo em produção ininterrupta —, esta obra-prima não foi concebida apenas como um instrumento de cronometragem, mas como uma declaração de soberania técnica. Posicionado no ápice absoluto do mercado de colecionadores ultra-high-end, o Tour de l'Île foi, no momento de seu lançamento, o relógio de pulso mais complicado do mundo produzido em uma série limitada. Com apenas sete exemplares comercializados, ele transcende a categoria de 'relógio de vestido' para se tornar um objeto de arte mecânica e investimento patrimonial. Sua filosofia de design é o equilíbrio perfeito entre a estética clássica da Genebra antiga e a engenharia microscópica de vanguarda. O relógio apresenta duas faces distintas para acomodar suas 16 complicações e 834 componentes, desafiando a física para manter o uso confortável no pulso. Ele se destina ao conhecedor que não busca ostentação, mas sim a posse de um pedaço tangível da história, representando o culminar de 10.000 horas de pesquisa e desenvolvimento dedicadas a dominar o tempo astronômico, civil e sonoro em uma caixa de ouro rosa.

HISTÓRIA

A gênese do Vacheron Constantin Tour de l'Île remonta ao alvorecer do novo milênio, quando a Maison começou a planejar a celebração de seu quarto de milênio de existência ininterrupta, um feito sem precedentes na indústria relojoeira. O objetivo era claro, mas assustador: criar o relógio de pulso mais complexo já imaginado até 2005. O projeto, envolto em segredo e desenvolvido pela equipe de elite 'Les Cabinotiers', exigiu mais de 10.000 horas de pesquisa e desenvolvimento apenas para conceber o Calibre 2750. Diferente de seus antecessores históricos, que eram predominantemente relógios de bolso — como os feitos para o Rei Farouk ou James Ward Packard —, o desafio aqui era a miniaturização extrema para encaixar 834 componentes em uma caixa de 47mm. O nome 'Tour de l'Île' é uma homenagem direta à torre histórica em Genebra, localizada ao lado da atual ponte da Ilha, onde a Vacheron Constantin estabeleceu suas oficinas em 1843. Esta conexão geográfica serviu como âncora espiritual para o design, que, apesar da complexidade técnica, manteve os códigos estéticos do classicismo genebrino, como o mostrador guilhoché e as asas em forma de lágrima modificada. A solução de engenharia mais notável foi a utilização de um design de 'dupla face'. Para garantir a legibilidade das 16 complicações, os designers separaram as funções: o lado da frente exibe o tempo civil, o turbilhão e as indicações do calendário, enquanto o verso é dedicado às funções astronômicas sublimes, como a equação do tempo, o mapa celeste ajustado para a cidade de Genebra (ou do proprietário) e os horários de nascer e pôr do sol. Historicamente, o lançamento deste modelo marcou um ponto de inflexão na 'corrida armamentista' das complicações do século XXI. Antes do Tour de l'Île, a combinação de Turbilhão, Repetição de Minutos e Calendário Perpétuo com funções astronômicas complexas era vista como quase impossível em um relógio de pulso usável. Ele não apenas provou ser possível, como estabeleceu um novo padrão de acabamento, ostentando o Punção de Genebra em cada componente visível e invisível. Embora a produção tenha sido estritamente limitada a sete peças numeradas (mais uma peça 'zero' para o museu da marca), o DNA técnico do Tour de l'Île permeou as criações subsequentes da marca, pavimentando o caminho para o futuro lançamento da Referência 57260 em 2015 (o relógio mais complicado do mundo, embora de bolso). O Tour de l'Île permanece, portanto, não apenas como um marco de 2005, mas como o monumento que definiu a alta relojoaria contemporânea.

CURIOSIDADES

O relógio venceu o prestigioso prêmio 'Aiguille d'Or' (O Ponteiro de Ouro) no Grand Prix d'Horlogerie de Genève (GPHG) em 2005, o Oscar da relojoaria. Apenas 7 exemplares foram comercializados mundialmente, tornando-o um dos relógios mais raros da era moderna. A peça número 1 foi leiloada pela Antiquorum em 2005 por mais de 1,5 milhão de dólares, um valor recorde para um relógio contemporâneo na época. O mostrador traseiro possui uma Carta Celeste que não é genérica; ela gira em tempo sideral, uma complicação raramente vista fora de relógios astronômicos de grande porte. Uma das complicações mais exóticas presentes é o 'Indicador de Torque', que mostra a tensão da mola principal, permitindo ao usuário saber se o relógio está operando na zona ideal de precisão cronométrica. O motivo guilhoché no mostrador foi desenhado exclusivamente para o 250º aniversário e nunca foi reutilizado em outros modelos de produção regular. Devido à sua complexidade e valor, o Tour de l'Île vinha com uma garantia de serviço vitalício e um concierge dedicado da Vacheron Constantin. O nome também faz referência à boutique histórica da marca, a 'Maison Vacheron Constantin en l'Ile', onde os clientes podiam ter uma experiência privada para encomendar tais obras-primas.

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