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Omega Seamaster Aqua Terra >15,000 Gauss – A Revolução Anti-Magnética e o Precursor do Padrão Master Chronometer


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A Omega revelou o Seamaster Aqua Terra equipado com o Calibre Co-Axial 8508, o primeiro movimento de relógio mecânico verdadeiramente antimagnético do mundo, capaz de resistir a campos magnéticos superiores a 15.000 gauss. Esta inovação eliminou a necessidade de uma caixa interna protetora e foi um passo fundamental para a certificação Master Chronometer.

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RESUMO

O lançamento do Omega Seamaster Aqua Terra >15,000 Gauss em 2013 não foi apenas a introdução de um novo modelo; representou um cisma tecnológico na relojoaria mecânica moderna. Posicionado na intersecção entre a elegância desportiva da linha Aqua Terra e a engenharia de vanguarda, este relógio foi concebido para resolver definitivamente um dos problemas mais persistentes da horologia: o magnetismo. Ao contrário dos seus antecessores históricos e contemporâneos, que dependiam de pesadas gaiolas de ferro macio para proteger o movimento, o >15,000 Gauss optou por imunizar o próprio coração do relógio. Destinado a um público que valoriza tanto a estética 'teak' náutica característica da coleção quanto a robustez técnica absoluta, este modelo serve como o 'Patient Zero' para a tecnologia que viria a definir todo o catálogo moderno da Omega. A sua filosofia de design é enganadoramente simples: um relógio de uso diário, capaz de transitar de uma sala de reuniões para o convés de um iate, enquanto suporta campos magnéticos superiores aos gerados por uma máquina de ressonância magnética, sem qualquer desvio na cronometria. É uma peça que tornou obsoleta a tecnologia de proteção magnética vigente nos 60 anos anteriores, solidificando a posição da Omega como líder incontestável na ciência dos materiais horológicos.

HISTÓRIA

A história do Omega Seamaster Aqua Terra >15,000 Gauss é, essencialmente, a história da conquista final sobre o magnetismo na relojoaria. Desde a década de 1950, com o advento de relógios como o Rolex Milgauss e o IWC Ingenieur, a solução da indústria para proteger movimentos mecânicos de campos magnéticos era a 'Gaiola de Faraday'. Esta consistia numa caixa interna de ferro macio que conduzia o magnetismo ao redor do movimento. Embora eficaz até cerca de 1.000 Gauss, esta solução impunha limitações severas: aumentava a espessura da caixa, impedia a inclusão de uma janela de data e tornava impossível o uso de um fundo de exposição em safira, pois o movimento precisava estar completamente encapsulado em metal. No início do século XXI, com a proliferação de ímanes permanentes em objetos quotidianos — de fechos de malas e capas de iPad a altifalantes e equipamentos médicos — a Omega percebeu que a proteção de 1.000 Gauss já não era suficiente. Sob a liderança visionária de Jean-Claude Monachon e com a colaboração técnica da ASULAB, Nivarox FAR e ETA (empresas irmãs no Swatch Group), a Omega iniciou o 'Projeto Anti-Magnético'. Em vez de melhorar a blindagem, decidiram construir um movimento que não se importasse com o magnetismo. O resultado foi o Calibre 8508, lançado em 2013. A inovação residia na seleção de materiais: a mola de balanço foi feita de silício Si14 (um metaloide amagnético), e os eixos, pivôs e o staff do balanço foram fabricados com uma nova liga patenteada chamada Nivagauss™. As placas de aço do escape Co-Axial foram substituídas por materiais não ferromagnéticos. O relógio foi apresentado não como um conceito, mas como um modelo de produção pronto para o mercado, alojado na caixa clássica do Seamaster Aqua Terra. Esteticamente, o modelo distinguia-se pelo seu ponteiro de segundos listrado em amarelo e preto, evocando as fitas de aviso de perigo ou radiação, e a inscrição ' > 15’000 GAUSS' em amarelo no mostrador. Ao contrário de qualquer relógio anti-magnético anterior, este possuía uma janela de data e um fundo de safira, exibindo orgulhosamente o movimento inafetado por ímanes. O impacto deste modelo foi sísmico. Ele provou que a proteção magnética poderia ser absoluta, não incremental. O >15,000 Gauss foi o precursor direto da certificação Master Chronometer e da parceria da Omega com o METAS (Instituto Federal Suíço de Metrologia), estabelecida em 2015. Embora o Calibre 8508 tenha tido uma vida curta como designação única, a sua tecnologia foi absorvida e normalizada nos calibres 8500 e 8900 Master Co-Axial subsequentes. Hoje, o modelo original 'Bumblebee' é procurado por colecionadores não apenas pela sua estética distinta, mas por ser o marco zero de uma nova era técnica.

CURIOSIDADES

O ponteiro de segundos listrado em amarelo e preto ganhou a alcunha afetuosa de 'Bumblebee' (Abelha) entre os colecionadores, uma referência visual às zonas de perigo industrial. Durante a conferência de imprensa de lançamento, a Omega demonstrou a capacidade do relógio colocando-o sob um íman de 1.5 Tesla (15.000 Gauss) e parando imediatamente um Rolex Milgauss comparativo, enquanto o Omega continuou a bater sem qualquer alteração na amplitude. Embora o mostrador diga '> 15,000 Gauss', testes independentes e internos revelaram que o movimento pode suportar campos magnéticos muito superiores, potencialmente acima de 60.000 Gauss, o limite de muitos equipamentos de teste de ressonância magnética. Este foi o primeiro relógio 'ferramenta' verdadeiramente anti-magnético a permitir um fundo de caixa (caseback) transparente, algo que a gaiola de Faraday tornava fisicamente impossível. O modelo foi descontinuado na sua forma exata de referência (231.10.42.21.01.002) relativamente rápido, à medida que a tecnologia 'Master Co-Axial' foi implementada em toda a gama Seamaster, tornando esta referência específica uma peça histórica de transição. A tecnologia desenvolvida para este relógio permitiu à Omega aumentar a garantia padrão dos seus relógios para 5 anos, devido à redução drástica de serviços de manutenção causados por magnetização acidental.

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