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Omega Seamaster Electronic f300Hz ST 198.0001 - O Zumbido da Perfeição e o 'Rolls-Royce' da Tecnologia de Diapasão


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Um dos primeiros relógios de pulso com movimento de diapasão (tuning fork) da Omega, oferecendo uma precisão superior aos movimentos mecânicos da época, uma ponte tecnológica antes da era do quartzo.

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RESUMO

O Omega Seamaster Electronic f300Hz, referência ST 198.0001, representa um dos capítulos mais fascinantes e transicionais na história da alta relojoaria. Situado na intersecção entre a tradição mecânica secular e a revolução iminente do quartzo, este modelo não foi desenhado apenas como um instrumento de cronometragem, mas como uma declaração de vanguarda tecnológica. Lançado no início da década de 1970, o f300Hz destinava-se a um público sofisticado e tecnologicamente consciente, que valorizava a precisão absoluta acima do romantismo purista dos movimentos automáticos tradicionais. Enquanto muitos relógios da 'Era do Quartzo' sacrificavam a alma e o acabamento em prol da eficiência, o Seamaster f300Hz manteve o luxo tangível e a robustez da linha Seamaster, abrigando um movimento de diapasão que é, até hoje, considerado o 'Rolls-Royce' dos calibres eletrônicos. Com o seu ponteiro de segundos que desliza com uma suavidade hipnótica — superior até mesmo aos melhores cronógrafos mecânicos — e o seu característico zumbido audível, este relógio capturou a imaginação de colecionadores que buscam a excentricidade técnica. Ele é um monumento à engenharia suíça que tentou aperfeiçoar o relógio elétrico antes que o chip digital dominasse o mercado, posicionando-se hoje como uma peça 'cult' indispensável para entusiastas da história da evolução horológica.

HISTÓRIA

A história do Omega Seamaster Electronic f300Hz ST 198.0001 é intrínseca à 'Crise do Quartzo' e à corrida frenética pela precisão que definiu as décadas de 1960 e 1970. Antes de o quartzo se tornar onipresente e barato, a tecnologia de diapasão (tuning fork), pioneirizada pela Bulova com o Accutron, era vista como o futuro da horologia de luxo. A Omega, recusando-se a ficar para trás na corrida tecnológica, mas relutante em simplesmente adotar movimentos americanos, voltou-se para a Ebauches SA (precursora da ETA) e o engenheiro Max Hetzel — o próprio inventor do Accutron que havia deixado a Bulova. O resultado dessa colaboração foi o desenvolvimento da família de movimentos ESA 9162 e 9164, que a Omega rebatizou como Calibres 1250 e 1260. Lançado oficialmente em 1970, o Seamaster f300Hz não era apenas uma cópia da tecnologia da Bulova; era uma evolução drástica. Enquanto os movimentos Accutron originais eram propensos a desgaste devido à integração das rodas de lingueta, o movimento 'Mosaba' (Montres Sans Balancier) utilizado pela Omega foi construído com uma robustez suíça superior, modularidade para fácil manutenção e acabamentos de alta qualidade, ganhando o apelido de 'Rolls-Royce dos Diapasões'. O modelo ST 198.0001, especificamente, serviu como a encarnação mais clássica e versátil desta tecnologia. Enquanto a Omega experimentava com caixas 'Pilot' integradas e designs futuristas na linha Constellation Electroquartz, o Seamaster 198.0001 manteve as linhas elegantes, as asas curvas (lyre lugs) e a geometria equilibrada que definiam a identidade visual da marca na época. Durante sua curta vida útil, de aproximadamente 1970 a 1977, este modelo representou o auge da precisão mecânico-eletrônica, sendo comercializado com orgulho como um 'Cronômetro Eletrônico'. No entanto, seu reinado foi tragicamente curto. A chegada dos movimentos de quartzo com osciladores de cristal, que eram mais baratos de produzir, mais resistentes a choques e não exigiam a complexa manutenção das rodas de índice microscópicas do f300, tornou a tecnologia obsoleta quase da noite para o dia. A Omega cessou a produção, e muitos desses relógios foram descartados ou esquecidos. Hoje, o ST 198.0001 experimenta um renascimento. Colecionadores modernos reconhecem que a complexidade de fabricar um movimento controlado por diapasão é, em muitos aspectos, mais impressionante do que a produção em massa de calibres automáticos padrão. O modelo representa o último suspiro de uma tecnologia alternativa que, embora superada, oferecia uma alma e uma estética de movimento — o deslizar perfeitamente contínuo do ponteiro de segundos — que nenhum relógio de quartzo moderno consegue replicar.

CURIOSIDADES

O 'Zumbido': Ao colocar o relógio no ouvido, ouve-se um zumbido constante em Fá Sustenido (aproximadamente), resultado da vibração do diapasão a 300 vezes por segundo. O Deslize Perfeito: O ponteiro dos segundos move-se de forma mais suave do que qualquer relógio mecânico de alta frequência (que bate 8 ou 10 vezes por segundo) e mais suave que o quartzo (que salta uma vez por segundo), criando uma ilusão de movimento líquido. O Logo Vermelho: A Omega aplicava o seu logotipo (letra grega Omega) sobre um fundo vermelho ou pintado de vermelho no mostrador especificamente para denotar que o relógio continha tecnologia eletrônica de ponta. Custo na Época: No seu lançamento, os modelos f300Hz eram consideravelmente mais caros do que os seus equivalentes mecânicos, como o Speedmaster Moonwatch, devido à complexidade da nova tecnologia. A Bateria: Originalmente projetados para baterias de mercúrio de 1.35v (agora banidas), estes relógios requerem hoje adaptações ou baterias de óxido de prata com espaçadores para funcionarem corretamente sem acelerar o movimento. Fragilidade das Peças: O mecanismo de data e as rodas de índice são notoriamente frágeis e as peças de reposição são escassas, tornando exemplares em pleno funcionamento extremamente valiosos. Apelido: Na comunidade de colecionadores, estes relógios são frequentemente chamados carinhosamente de 'Hummers' (Zumbidores).

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