RESUMO
O Omega Speedmaster Professional X-33, referência 3290.50, representa um cisma audacioso e futurista na linhagem conservadora da Omega. Lançado em 1998, este modelo não foi concebido como uma peça de joalharia ou um tributo nostálgico, mas sim como um 'instrumento de pulso' brutalmente utilitário, destinado a substituir os cronógrafos mecânicos na era moderna da exploração espacial. Conhecido coloquialmente como o 'Mars Watch', o X-33 foi desenvolvido sob sigilo absoluto com o contributo direto de astronautas da NASA, cosmonautas russos e pilotos de elite de esquadrões como os Blue Angels e os Thunderbirds.
O seu posicionamento de mercado foi estritamente profissional; um relógio de ferramenta híbrido (analógico-digital) encapsulado em titânio de grau 2, escolhido pela sua leveza e propriedades hipoalergénicas. O design rompe com as curvas suaves do Moonwatch clássico, adotando uma arquitetura agressiva e funcional, com botões desenhados para serem operados com luvas de voo. Para o colecionador contemporâneo, o X-33 3290.50 transcende a categoria de relógio de aviação para se tornar um artefato de engenharia aeroespacial, simbolizando o momento em que a Alta Relojoaria abraçou a precisão do quartzo para garantir a segurança das missões tripuladas além da órbita terrestre.
HISTÓRIA
A génese do Omega Speedmaster X-33, referência 3290.50, remonta a meados da década de 1990, num projeto ambicioso que visava atualizar o 'Moonwatch' para as necessidades digitais do século XXI. Enquanto o Calibre 321 e 861 serviram heroicamente nas missões Apollo, a complexidade das operações no Vaivém Espacial (Space Shuttle) e na estação MIR exigia funcionalidades que apenas um microprocessador poderia oferecer. Sob a liderança do General Tom Stafford, antigo astronauta da Apollo X, a Omega iniciou um período de testes exaustivos, distribuindo protótipos a pilotos de teste militares e astronautas ativos.
Lançado oficialmente em 1998 numa cerimónia transmitida ao vivo do Centro de Controlo de Missão de Houston, o X-33 (Ref. 3290.50) foi o primeiro da sua linhagem, hoje conhecido pelos colecionadores como 'Geração 1'. Esta versão distingue-se visualmente pelo seu bisel rotativo unidirecional polido e brilhante, e por uma coroa com estrias verticais. O design era radical: a caixa de titânio funcionava como uma câmara de ressonância para amplificar o alarme até 80 decibéis, garantindo que os astronautas pudessem ouvir os alertas mesmo num ambiente ruidoso ou durante o sono em microgravidade. As funções de MET (Mission Elapsed Time) e PET (Phase Elapsed Time) permitiam o seguimento preciso de dias e fases da missão, independentemente da hora terrestre.
Contudo, a Geração 1 enfrentou desafios técnicos no terreno. O design da coroa revelou-se suscetível a prender-se no equipamento de voo, o que por vezes causava a sua extração acidental ou danos na haste, e o bisel polido causava reflexos indesejados no cockpit. Estes feedbacks levaram a Omega a descontinuar a referência 3290.50 relativamente cedo, substituindo-a pela referência 3291.50 (Geração 2) em meados de 2001, que apresentava um bisel escovado acetinado e uma coroa reforçada com um design 'estriado' diferente. Devido a esta transição rápida, o 3290.50 tornou-se um item de culto; representa a visão original, pura e não adulterada do projeto. O seu legado é imenso: validou o uso do quartzo multifunções na alta relojoaria profissional e pavimentou o caminho para o moderno Skywalker X-33, mantendo a Omega como a guardiã oficial do tempo no espaço.
CURIOSIDADES
O nome 'X-33' foi emprestado de um projeto da NASA para um avião espacial suborbital que nunca se concretizou, simbolizando a vanguarda tecnológica.
O alarme do X-33 é notoriamente alto, atingindo 80dB, desenhado especificamente para acordar astronautas que dormem com tampões nos ouvidos devido ao ruído constante dos ventiladores na ISS.
Este modelo específico (Geração 1) é famoso por aparecer no pulso de Tom Cruise no filme de ficção científica 'Minority Report' (2002), cimentando o seu estatuto futurista.
Apesar de ser um relógio de quartzo, existe uma função oculta de 'poupança de energia' que permite desligar o mostrador digital, deixando apenas os ponteiros analógicos ativos, o que pode estender a bateria por anos.
É um dos poucos relógios no mundo capaz de exibir o tempo decorrido de uma missão até 999 dias, uma necessidade específica para viagens a Marte.
Devido aos problemas iniciais com a coroa na Geração 1, muitos exemplares 3290.50 foram enviados para a Omega para serviço e voltaram com a coroa da Geração 2, tornando os modelos com a coroa original 'estriada verticalmente' extremamente raros e desejáveis.
O fundo da caixa não é aparafusado da forma tradicional, mas sim fixo por nove parafusos para garantir a integridade da câmara de ressonância acústica.