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Rolex Oyster Perpetual (1931) - O Primeiro Movimento Automático com Rotor Perpétuo e a Gênese da Relojoaria Moderna


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A Rolex inventou e patenteou o primeiro mecanismo de auto-enrolamento do mundo com um rotor 'Perpetual'. Este mecanismo usava o movimento natural do pulso do usuário para dar corda ao relógio, uma inovação que transformou o Oyster no Oyster Perpetual.

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RESUMO

O lançamento do Rolex Oyster Perpetual em 1931 não foi apenas a introdução de um novo modelo, mas o momento decisivo que estabeleceu o projeto mecânico para praticamente todos os relógios de pulso modernos. Combinando a revolucionária caixa 'Oyster' à prova d'água de 1926 com o recém-inventado movimento de 'Rotor Perpétuo', a Rolex resolveu o maior calcanhar de aquiles da horologia da época: a necessidade de desrosquear a coroa diariamente para dar corda, o que desgastava as vedações e comprometia a impermeabilidade. Este relógio foi posicionado não apenas como um instrumento de precisão, mas como um companheiro vitalício e autossuficiente, destinado a pioneiros, aviadores e exploradores que exigiam confiabilidade absoluta. O Oyster Perpetual de 1931 representa a filosofia central de Hans Wilsdorf de funcionalidade pragmática elevada ao luxo técnico, transformando o relógio de pulso de uma joia frágil em uma ferramenta robusta de onipresença global.

HISTÓRIA

A história do Rolex Oyster Perpetual de 1931 é, em essência, a história da busca obsessiva de Hans Wilsdorf pela perfeição hermética. Após o sucesso da caixa Oyster em 1926 — a primeira caixa de relógio verdadeiramente à prova d'água e poeira do mundo — Wilsdorf percebeu uma falha fundamental na interação humana com o objeto: para manter o relógio funcionando, o usuário precisava desrosquear a coroa todos os dias para dar corda. Esse ato repetitivo não apenas era inconveniente, mas também arriscava a integridade das vedações de chumbo e cortiça, permitindo eventualmente a entrada de umidade. A solução surgiu em 1931, quando a equipe técnica da Rolex, liderada pelo brilhante Emile Borer (chefe técnico da Aegler, fabricante de movimentos da Rolex), patenteou o primeiro mecanismo de auto-enrolamento com um rotor livre de 360 graus. Ao contrário do sistema 'bumper' de John Harwood, que oscilava apenas parcialmente entre molas de amortecimento, o sistema da Rolex capturava energia de forma muito mais eficiente, girando livremente em qualquer direção com o movimento do pulso. Para abrigar este novo módulo de rotor, que adicionava espessura significativa ao movimento, a Rolex teve que aprofundar o fundo da caixa, resultando em um perfil convexo distinto. Embora a Rolex não tenha usado o termo oficialmente no início, esses relógios ficaram carinhosamente conhecidos pelos colecionadores como 'Bubblebacks' (ou 'Ovetto' na Itália, significando 'pequeno ovo'). O lançamento de 1931 transformou o Oyster no 'Oyster Perpetual', criando uma linhagem ininterrupta que daria origem aos ícones esportivos da marca, como o Submariner, o Explorer e o Daytona. Este modelo não apenas solidificou a reputação da Rolex como a líder em inovação técnica, mas também definiu o padrão ouro para a indústria suíça: precisão cronométrica alimentada cineticamente, protegida por uma fortaleza impenetrável.

CURIOSIDADES

A patente original suíça para o mecanismo de rotor perpétuo foi registrada sob o número CH 157.612. O termo 'Bubbleback' nunca foi uma designação oficial da Rolex; surgiu décadas depois entre colecionadores para descrever o fundo abaulado necessário para o rotor espesso. Em uma disputa histórica, a Rolex teve que pedir desculpas a John Harwood em 1956 e modificar seus anúncios, reconhecendo que Harwood inventou o relógio automático (sistema bumper) antes, embora a Rolex tenha aperfeiçoado o rotor livre. Os primeiros mostradores não diziam 'Perpetual', mas sim 'Auto-Rotor' ou simplesmente 'Automatic' antes da padronização da nomenclatura. Devido ao uso de Rádio nos ponteiros e mostradores desta era (1930s), muitos exemplares sobreviventes acionam contadores Geiger até hoje. A tecnologia desenvolvida para este modelo em 1931 foi tão avançada que a patente garantiu à Rolex uma exclusividade de mercado de 15 anos sobre o rotor de 360 graus, forçando concorrentes como a Omega a usar movimentos 'bumper' até o final dos anos 40.

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