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Omega 'Montre de Guerre' (1914-1918) – O lendário Trench Watch que definiu a transição para o pulso nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial


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Famoso relógio de bolso que ganhou destaque durante a Segunda Guerra dos Bôeres, conhecido por sua robustez e precisão em condições de campo de batalha.

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RESUMO

O Omega 'Guerre', mais comumente conhecido pelos historiadores como o Omega Trench Watch (Relógio de Trincheira), não é apenas um instrumento de cronometragem, mas um artefato fundamental na gênese da relojoaria moderna. Antes deste período, o relógio de pulso era visto como uma curiosidade feminina ou uma joia frágil; o conflito global de 1914-1918 alterou irrevogavelmente essa percepção, exigindo precisão robusta acessível num relance para a coordenação de manobras de artilharia e infantaria. Este modelo representa a militarização da elegância da Belle Époque, transformando calibres de bolso reduzidos em ferramentas de sobrevivência. O seu público original não eram colecionadores, mas oficiais do Signal Corps e comandantes de artilharia que dependiam da sincronização precisa para a tática de 'barragem rastejante'. No mercado atual, é reverenciado não pela robustez moderna, mas pela sua importância histórica inestimável, estética Art Deco primitiva e a fascinante pátina de mostradores de esmalte e lume de rádio envelhecido. É a peça fundadora que permitiu que lendas posteriores, como o Speedmaster e o Seamaster, viessem a existir.

HISTÓRIA

A história do Omega 'Guerre' é indissociável do cataclismo da Grande Guerra. Até 1914, a hegemonia pertencia aos relógios de bolso; contudo, a natureza da guerra de trincheiras tornou o ato de retirar um relógio do bolso impraticável e perigoso. A Omega, já reconhecida pela sua capacidade industrial e precisão cronométrica, foi uma das primeiras manufaturas a responder a esta necessidade logística com escala e qualidade. O modelo 'Guerre' não nasceu de um único esboço de design, mas da adaptação pragmática dos calibres de relógios de bolso femininos e pequenos calibres Lépine para caixas de pulso robustas. A evolução técnica é fascinante: os primeiros modelos eram essencialmente relógios de bolso com alças soldadas (wire lugs), mantendo a coroa às 12 horas. Rapidamente, a Omega percebeu a necessidade ergonômica de mover a coroa para as 3 horas, exigindo uma reengenharia do layout do movimento (baseado nos calibres Savonnette). Durante os quatro anos de conflito, a resistência a choques e a legibilidade tornaram-se primordiais. A introdução de mostradores de esmalte branco de alta visibilidade com numerais pintados com Rádio (um material recém-descoberto e altamente radioativo) permitiu a leitura noturna nas trincheiras lamacentas de Somme e Verdun. Este modelo também popularizou o uso de grades de proteção (shrapnel guards) sobre o vidro, uma característica visual que define a era. A Omega forneceu estes relógios a várias forças aliadas, incluindo o Royal Flying Corps e o exército americano após 1917. O sucesso do 'Guerre' provou que um relógio no pulso poderia suportar o recuo de armas de fogo, variações extremas de temperatura e a umidade constante. Ao final da guerra, a Omega havia ajudado a cimentar o relógio de pulso como um item essencial do guarda-roupa masculino, pavimentando o caminho para a era dos relógios-ferramenta civis das décadas de 1930 e 1940. Para o colecionador moderno, possuir um Omega deste período é possuir um fragmento tangível da história mundial.

CURIOSIDADES

O termo 'Radium Burn': Muitos mostradores originais apresentam sombras queimadas no esmalte devido à radioatividade intensa dos ponteiros que ficaram parados na mesma posição por décadas. As 'Shrapnel Guards': As grades metálicas sobre o vidro não eram apenas decorativas; foram desenhadas para proteger o cristal mineral frágil contra estilhaços de artilharia e detritos nas trincheiras. O 'Red 12': Muitos modelos deste período apresentam o número 12 em vermelho vivo, uma característica de design transitória destinada a orientar o olho rapidamente para o topo do mostrador durante a mudança de relógios de bolso (onde o 12 fica na coroa) para o pulso. Material da Caixa: A maioria destes relógios militares era feita de Prata de Lei (.925) e não de aço inoxidável, pois a tecnologia do aço inoxidável ainda estava na sua infância e o aço comum enferrujava rapidamente. Legado 'Poire Squelette': O design distinto dos ponteiros deste modelo inspirou diretamente os ponteiros 'Catedral' vistos em relógios militares modernos e reedições vintage.

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