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Omega Constellation Marine Chronometer Ref. 198.0082: O Titã Megaquartz de 2.4 MHz e a Conquista da Precisão Absoluta


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O primeiro relógio de pulso cronómetro de quartzo certificado como cronómetro marítimo, oferecendo precisão excepcional e robustez, certificado pelo Observatório de Besançon. Foi um dos mais precisos relógios de pulso já produzidos.

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RESUMO

O Omega Constellation Marine Chronometer, referência 198.0082, não é apenas um relógio; é um monumento científico da horologia do século XX e o epítome da revolução do quartzo de alta frequência. Lançado em meados da década de 1970, num período de turbulência e inovação sem precedentes, este modelo foi a resposta definitiva da Omega à busca pela precisão cronométrica perfeita. Posicionado no topo absoluto da pirâmide de luxo da marca na época — custando significativamente mais do que modelos icônicos em ouro maciço —, ele foi destinado a uma elite que valorizava a supremacia tecnológica acima da tradição mecânica. Com sua estética brutalista, caracterizada por uma caixa retangular integrada e parafusos de ouro visíveis no bisel, o Marine Chronometer exala uma masculinidade técnica que define o design industrial dos anos 70. Ele detém a distinção singular de ser um dos únicos relógios de pulso na história a receber a certificação oficial de 'Cronômetro Marinho', um título historicamente reservado para instrumentos de navegação encaixotados de alta precisão. Para o colecionador moderno, esta peça representa o 'Cálice Sagrado' da era Megaquartz, um artefato de um tempo em que a Omega não apenas competia com a tecnologia de quartzo, mas a dominava completamente, criando o relógio de pulso autônomo mais preciso já fabricado até então.

HISTÓRIA

A gênese do Omega Constellation Marine Chronometer 198.0082 remonta ao auge da 'Crise do Quartzo', que para a Omega foi menos uma crise e mais uma corrida armamentista tecnológica. No início dos anos 1970, a precisão era o novo luxo. Enquanto a indústria suíça colaborava no projeto Beta 21, a Omega, insatisfeita com as limitações daquele consórcio, buscou ir além, desenvolvendo a tecnologia Megaquartz em parceria com o Instituto Battelle de Genebra. O resultado desta busca obsessiva foi o desenvolvimento dos calibres 1510 e 1511 (este último evoluindo para o 1516 encontrado na referência 198.0082). A inovação central era a frequência do oscilador de quartzo: enquanto um relógio de quartzo padrão vibrava a 32.768 Hz, o Megaquartz 2400 vibrava a estonteantes 2.359.296 Hz. Isso permitia uma estabilidade de marcha que era, para todos os efeitos práticos, perfeita, com desvios que podiam ser medidos apenas em segundos por ano, e não por dia. Lançado publicamente por volta de 1974, o modelo 198.0082 foi projetado para abrigar essa tecnologia sensível. A caixa não era apenas um recipiente, mas um escudo; desenhada com um peso substancial e uma arquitetura integrada que protegia o movimento de choques e variações térmicas. O design reflete a estética de Gérald Genta da época, embora seja uma criação interna da Omega, focada na robustez angular. Historicamente, o termo 'Cronômetro Marinho' era sagrado. Apenas relógios grandes, montados em suspensão cardan para navios, recebiam tal designação após testes rigorosos. Para validar o 198.0082, a Omega submeteu o relógio a 63 dias de testes brutais no Observatório de Besançon, na França. O relógio passou com uma média de erro de 0,002 segundos por dia. Foi o primeiro relógio de pulso da história a receber a certificação oficial de Cronômetro Marinho, cimentando seu lugar na história. A produção foi extremamente limitada e custosa. O calibre 1516 diferia de seu predecessor (1511) principalmente por modificações no circuito para melhorar a montagem e a manutenção, mas mantinha a mesma precisão lendária. Com o advento de tecnologias de quartzo mais baratas e a mudança de gosto para relógios mais finos nos anos 80, o Marine Chronometer foi descontinuado, tornando-se um ícone cultuado que simboliza o momento em que a relojoaria mecânica se curvou diante da física do estado sólido.

CURIOSIDADES

O Preço da Perfeição: Em seu lançamento em 1974, o Marine Chronometer custava aproximadamente £760. Para contexto, um Omega Speedmaster Professional 'Moonwatch' custava cerca de £125, tornando o Marine Chronometer seis vezes mais caro que o cronógrafo espacial. A Lenda de Cousteau: Embora Jacques Cousteau seja frequentemente associado aos modelos de mergulho da Omega, ele foi um patrono honorário da linha Marine Chronometer, utilizando a tecnologia de alta frequência da Omega em suas expedições devido à necessidade de precisão científica. O 'Waffle' vs. Marine: O Calibre irmão 1510 foi usado no famoso mostrador 'Stardust' ou 'Waffle' (Ref. 198.0008), que não era certificado como Cronômetro Marinho. Apenas os modelos com Calibre 1511 e 1516 (como o 198.0082) carregam a distinta placa numerada individualmente no movimento e o título no mostrador. Autonomia Voraz: Devido à frequência ultra-alta de 2.4 MHz, o consumo de energia era imenso para a época, exigindo baterias de grande capacidade que duravam cerca de um ano, um desafio técnico significativo nos anos 70. Número de Série Visível: Diferente da maioria dos Omegas, onde o número de série está oculto dentro da caixa ou na asa, o número de série do movimento e a certificação do cronômetro marinho eram tão vitais que uma placa de ouro com a numeração do calibre é visível diretamente no próprio mecanismo.

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