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Audemars Piguet Code 11.59 Selfwinding Chronograph - A Gênese Controversa e a Revolução Técnica do Calibre 4401


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A coleção Code 11.59 introduziu o primeiro movimento de cronógrafo automático integrado da manufatura, o Calibre 4401. Este movimento apresenta um cronógrafo flyback com roda de coluna, marcando um avanço significativo para a Audemars Piguet.

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RESUMO

Lançado sob imensa expectativa e subsequente polarização durante o SIHH de 2019, o Audemars Piguet Code 11.59 Selfwinding Chronograph representa a aposta mais ambiciosa da manufatura de Le Brassus no século XXI. Projetado para ser o terceiro pilar da marca — ao lado do onipresente Royal Oak e do robusto Offshore —, o Code 11.59 não é apenas um relógio de vestuário, nem puramente um relógio esportivo; é uma amálgama arquitetônica complexa destinada a um público contemporâneo que valoriza a nuance técnica acima do reconhecimento imediato de ícones estabelecidos. Sua filosofia de design rompe com a tradição ao apresentar uma caixa redonda que, paradoxalmente, esconde uma geometria octogonal em seu perfil, exigindo um olhar atento para ser apreciada. Mais do que um exercício estético, este modelo é historicamente significativo por servir como o veículo de lançamento para o tão aguardado Calibre 4401. Este movimento marcou o fim de uma era de dependência de módulos ou bases externas para cronógrafos na AP, estabelecendo um novo padrão de engenharia interna com um cronógrafo flyback integrado. O Code 11.59 é, portanto, um manifesto de independência horológica, sinalizando que a Audemars Piguet está disposta a desafiar o status quo, mesmo que isso signifique enfrentar o criticismo inicial dos puristas para evoluir sua identidade.

HISTÓRIA

A história do Code 11.59 é inseparável do ano de 2019, um momento decisivo para a Audemars Piguet. Sob a liderança do CEO François-Henry Bennahmias, a marca buscava desesperadamente diversificar seu portfólio, que perigosamente orbitava quase exclusivamente em torno do design de Gérald Genta de 1972, o Royal Oak. As linhas anteriores, como Jules Audemars e Millenary, embora respeitadas, não conseguiam capturar a imaginação da nova geração de colecionadores. O lançamento do Code 11.59 foi, portanto, uma aposta de tudo ou nada. O nome é um acrônimo: Challenge (Desafiar), Own (Possuir), Dare (Ousar), Evolve (Evoluir), e 11.59 representa o último minuto antes de um novo dia. O design da caixa é um triunfo de usinagem moderna. Embora pareça redonda de frente, o perfil da caixa (a carrura) é octogonal, uma homenagem sutil ao Royal Oak, enquanto as garras são esqueletizadas e soldadas apenas ao bisel superior, flutuando milimetricamente sobre o fundo da caixa. O cristal de safira com dupla curvatura foi projetado para criar uma experiência ótica que desafia a profundidade do mostrador. No entanto, a verdadeira revolução estava no interior. Antes de 2019, os cronógrafos da AP dependiam amplamente do Calibre 2385 (base Frédéric Piguet 1185) ou de módulos Dubois Dépraz montados sobre o calibre base 3120. Colecionadores clamavam há anos por um movimento cronógrafo totalmente in-house, integrado e moderno. O Calibre 4401 foi a resposta. Desenvolvido ao longo de vários anos, este movimento apresenta uma arquitetura aberta requintada, uma roda de colunas para precisão tátil, embreagem vertical para evitar o salto do ponteiro ao iniciar e a função flyback, que permite reiniciar o cronógrafo sem parador-lo primeiro. O rotor de ouro rosa de 22k esqueletizado permite uma visão desobstruída do mecanismo. A recepção inicial do modelo foi tumultuada. A comunidade horológica criticou severamente o design do mostrador na primeira geração, comparando-o a relógios de moda devido à simplicidade dos marcadores e à tipografia. Contudo, assim como o Royal Oak foi incompreendido em 1972, o Code 11.59 começou a ganhar respeito técnico com o tempo. A introdução do Calibre 4401 neste modelo pavimentou o caminho para que este mesmo movimento fosse posteriormente utilizado nos Royal Oak modernos, provando que o Code 11.59 serviu como a incubadora tecnológica para o futuro da marca. Ele permanece como um testamento da resiliência da AP e sua capacidade de inovar além de sua zona de conforto.

CURIOSIDADES

O logotipo da Audemars Piguet no mostrador é criado através de um processo químico chamado crescimento galvânico (acréscimo), camada por camada, em ouro 24k, uma técnica similar à impressão 3D, com letras conectadas por elos quase invisíveis a olho nu. O cristal de safira possui uma geometria complexa única: o lado interno é em forma de cúpula, enquanto o lado externo é verticalmente curvado de 6 a 12 horas, criando uma distorção ótica intencional que destaca os detalhes do mostrador. O lançamento do Code 11.59 em 2019 foi um dos maiores da história da relojoaria, com 13 novas referências e 6 novos calibres apresentados simultaneamente, uma façanha industrial rara. A caixa é composta por três peças distintas, sendo que a parte central octogonal exige um acabamento manual de alternância entre polido e escovado que é extremamente difícil de executar em uma superfície não plana. O Calibre 4401 possui um mecanismo de data de salto instantâneo patenteado, permitindo que a data seja ajustada a qualquer hora do dia sem danificar o movimento. Embora criticado no lançamento, celebridades como LeBron James e Kevin Hart foram os primeiros a adotar o modelo publicamente, ajudando a estabilizar sua imagem no mercado de luxo. O espaçamento das garras e a curvatura da caixa foram especificamente ergonomizados para que o relógio de 41mm assentasse confortavelmente em pulsos de diferentes tamanhos, mitigando a sensação de tamanho de um cronógrafo automático espesso.

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